A beleza de pertencer a si mesmo

Se guarde para você. Se eu pudesse deixar apenas um conselho na vida, seria este. Porque todo mundo, em algum momento, usará isso contra você. Se conheça sozinho e aprenda a guardar segredo, porque ninguém além de você é capaz de te aceitar de verdade. De coração. Sem jogar isso na sua cara depois, mesmo que sutilmente. Resista a esse ímpeto de dizer que estou dizendo asneiras – eu sei que é uma realidade cruel demais pra acreditar, mas se pergunte baixinho até descobrir.

É triste, mas todo mundo vai te abandonar em algum momento. Aceite. E permaneça consigo mesmo até o fim. É triste demais – sobretudo pra mim, acredite – guardar todos os segredos íntimos que se quer gritar pro mundo, mas é a atitude mais lúcida a se fazer (e é claro que todos temos o direito de não sermos lúcidos). Mas quanto mais o mundo te conhece, mais ele te violenta. A vida foi feita para ser mentida, por mais louco que isso pareça.

Ame com toda a sua intensidade, mas não se entregue a qualquer um. Esconda a tua melhor parte num lugar em que só você possa encontrar, para que, quando o mundo te virar as costas, ainda te reste alguma coisa. Ainda te reste você mesmo. Isso é o mínimo que você pode querer: pertencer a si mesmo.

A vida não é justa. As pessoas vão te magoar e seguir suas vidas de alegrias e amarguras. Ninguém vai devolver o tapa que você levou. Esqueça essa história de que os vilões da sua vida vão acabar loucos e sozinhos como nos filmes que você viu. Eles não vão. Cuide de si mesmo ou ninguém fará isso por você – se não acredita, siga em frente e aprenderá, a duras penas.

Eu não te desejo isso. Eu não me desejo isso. Esta é apenas a vida real, que um dia bateu à minha porta e, mais cedo ou mais tarde, baterá à sua. A vida não deixa espaço pra essa coisa de entrega. Ela te acorda, te aconselha e, por fim, te arrebata. Não abra mão de si mesmo por nada ou ninguém. Viva por você ou morrerá pela mesma razão.

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