Trilha sonora: sexo na música (e com música)

“Sejamos pornográficos, docemente pornográficos”, já dizia Drummond. O poeta – “com lirismo suspeito de come-quieto”, resumiu o sempre genial Xico Sá – é considerado o mais influente do século XX no Brasil. E nem ele, nas suas geniais rimas, crônicas e anotações deixa de falar sobre sexo.

O que dizer então da música? Muita gente dedicou versos a transas, sensações e emoções. Da narração da trajetória que levou até a cama até a sensação do orgasmo, tudo é motivo para canção.

Separei algumas – rápido demais, talvez, confesso – que estão longe de serem pornográficas, mas que falam de sexo sem pudores, sem medos e sem vergonha. Porque é assim que a arte deve ser (e o sexo também).

Nando Reis – Monóico

Sim, Nando é um dos poetas mais românticos e que melhor traduz os sentimentos de mulheres e homens, pais e mães, amigos, apaixonados e quase qualquer pessoa no mundo. E, em Monóico, ele fala, simples como só, também de sexo.

“O meu relevo ofereço para sua visão e você me afaga, quero que sua língua lamba meu corpo nu e que meu sexo te dê todo céu azul. Nas suas perna se encrava o tesouro do meu baú e eu te abuso. Me dê o seu leite como meu licor, me dê seus peitos cheios de amor, me dê um beijo sem nenhum pudor e você me penetra”

Zeca Baleiro – Alma Nova

Já ouvi que o orgasmo é quando a alma vai embora. Talvez seja uma frase célebre ou talvez seja apenas uma conclusão de um papo entre amigos, não lembro. Mas é exatamente aí que entra essa música do Zeca Baleiro (de quem sou admiradora desde e para sempre). Alma Nova fala de como o sexo faz com que a alma se apresse.

“Então ficamos, minha alma e eu, olhando o corpo teu sem entender como é que a alma entra nessa história, afinal o amor é tão carnal. Eu bem que tento, tento entender, mas a minha alma não quer nem saber: só quer entrar em você como tantas vezes já me viu fazer e eu digo calma, alma minha, calminha. Você tem muito que aprender”

http://youtu.be/O3T2Q96tqnE

Gal Costa – Mar e Sol

Todo mundo já teve um amor pra chamar de mar. Aquele que inunda, abala, desorganiza e, ao mesmo tempo, apaixona. É neste clima que começa a interpretação da Gal para esta canção. “Você o mar é para o meu sol, para eu me pôr”. Mas o sexo também faz parte deste belíssimo momento em que mar e sol se encontram.

“Me pôr em você, me espelhar, me espalhar. Meu sol de arrebol, deitar no leito de seu mar. E entrar em você, em você queimar, arder. Em você tremer, em você. Em você morrer, morrer”

Kings of Leon – Sex is on fire

Todo sexo também tem seu momento rock’n roll. E essa do Kings Of Leon é quase um clássico para essas situações. Para fazer ouvindo, ou ouvir fazendo. Tanto faz.

“Hot as a fever, rattling bonés. I could just taste it (taste it). If it’s not forever, if it’s just tonight. Oh, it still the greatest (the greatest, the greatest)”

Dave Mattews Band – Crash Into Me

Esta é, para mim, a cereja do bolo. A música que está na linha tênue entre sobre sexo e para sexo. Dave Matthews Band é, pra mim, uma das bandas internacionais que são absolutamente sexy (junto com Matchbox 20 das antigas, vai!). E Crash Into Me é aquela que já nos primeiros acordes já causam arrepios.

“Touch your lips just so I know. In your eye, love, it glows so. I’m bare-boned and crazy for you. When you come crash into me, baby, and I come into you. In a boys dream”

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