A nota é inóspita, então… Me toca

Eu me deito todas as noites pensando em você. Você não parece saber, mas eu te digo… É por tudo querer.

Eu imagino suas mãos em volta de mim e seus braços me abraçando. Eu mal teria notado a diferença em menos de um ano.

Eu vou te ser sincera. O que eu sinto, o que eu senti por você ainda me deixa sequelas, mas eu quero que seja aqui, na sua cama ou naquela que eu ao menos toquei as minhas coxas sob.

É uma promessa. Você nem conversa quando o assunto é nós dois. Nós sabemos o que queremos, o que nós dois podemos e eu não vou te cobrar mais do que aquilo que pode me dar.

Mas se puder me atender, me toca.

Encosta.

Eu não quero mais do que eu mereço, por um lado você é sossego. Não penso nisso. É apego.

Mas se puder me atender, me toca.

Encosta.

Eu sei. Sou tão nova para competir contigo quando contarmos anedotas, mas respeite o feminino. Sou mulher desde cedo, capaz de apagar as tuas derrotas.

Mas se puder me atender, me toca.

Encosta.

Me olha com desejo quando eu estiver com o teu cheiro, como se fosse a primeira vez e a última que eu te tiver por dentro, como se eu fosse a única capaz de suprir suas carências, a falta de cartas de amor na correspondência e de tudo que te causar certa dependência.

Mas se puder me atender, me toca.

Não me troca:

– Pelas suas sábias lições de vida que não te dão qualquer saída,

– Pelas mulheres feridas que te servem de inspiração e falsa boemia,

– Pelas suas escolhas em viver fantasias de que estar parado na monotonia é melhor que se surpreender com a vida.

E pela última vez me encosta

Na porta,

No armário do seu quarto,

Entre algum dos seus gatos,

E não me deixa mais sair daquela maneira.

Pois se foi a primeira, a segunda não te deixará uma terceira.

“Que me encoste, toque… Eu fui a tua sorte.”

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