Antes de sorrir, chore

E quem não tem vontade de chorar? De esconder-se de todos, esquecer os compromissos, as dívidas – com o banco e com o mundo – e transformar esse sentimento de tristeza em alma em estado líquido.

Chorar é se aprofundar na dor e, lembrar com tristeza, que ali já houve alegria. O choro é o relembrar da alegria. Às vezes é o lembrar do que nunca existiu, mas a mera possibilidade de ser feliz já é o suficiente. Chorar é estar disposto a viver e arriscar-se deixando claro como os sentimentos são paisagens da alma.

Chorar é não caber dentro de si. É dividir verdades e prantos consigo. Beijar e consolar-se do que espanta os sonhos. É compreender-se e dizer, ao pé do ouvido, que ficará tudo bem. E sempre fica. Então chore, porque um dia todos nós seremos um sonho que passou. Seremos uma lembrança vaga na mente dos nossos amores, mas não no nosso coração. Coração esse, que chora e brinca de complicar, mas, que nunca deixa de proporcionar momentos de alegria e ineditismo na vida de todos.

Chore de não caber em você, um choro que esvazia a mente e abre o coração para que as tristezas preparem a alma para coisas novas. E, quando o coração apertar, lembre-se que sempre há amor comigo e eu posso dividir com você.

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