Ao meu crush

Provavelmente você não tá sabendo quem eu sou. Se sabe, não anda fazendo ideia desse platonismo por ti que vem batendo aqui. Te vi esses dias na rua e, caramba, arrepiei. Naquela festa então… Barbaridade! Que doidera! Não pode ser justo a gente andar longe assim, se na real temos tanta coisa em comum. Que esse ano seguinte me traga o tal beijo libertador que o anterior não trouxe. Ao menos uma bebedeira no ponto certo pra me trazer coragem de ir direto ao ponto.

Parece bobagem, só que não é tão simples assim. Talvez eu ande tão relutante pra um simples “Oi” no Whatsapp porque no fim assisti How I Met Your Mother de cabo a rabo e me abracei no Ted de uma maneira que parece que estragar tudo se tornou inevitável. Vai que você é “the one” na minha vida. O guarda-chuva amarelo, a trompa azul ou qualquer outro simbolismo que represente mais que uma pessoa-número. Estou farto de números!

Mas se você quiser só algo casual, pode ter certeza, sou o rei do casual. Super casual, sem nada mais. Sem dizer “eu te amo” no primeiro encontro, eu me seguro. Não digo nunca, mantenho as aparências. Pra mim o que vale é te fazer gargalhar sempre que possível, não precisa muita explicação.

Se pintar um like então, vale print pro melhor amigo. Ainda se cutuca no Facebook? Ah, dane-se também. Agora eu lanço um “amei” num post qualquer e tá dado o recado. Olho o snap duas vezes, posto uma legenda daquele som que sei que você curte no Insta e tá feito o estrago: só não vê quem não quer.

Facilita crush, já falaram de mim pra ti que andei sabendo. Você sabe que tô no grupo da galera, só chamar no privado. Tudo bem, sou eu quem preciso dar o primeiro passo. Vou dar, daqui uns dias eu dou. Se eu não der a gente segue assim: eu olhando e desejando, você fica aí sabendo nas sutilezas.

Vish, são tantas redes sociais que já não consegui esconder mais nada. Sou sutil feito elefante, acabei de te retweetar.

Peraí que o Tinder mandou notificação…

Ih! Deu match, crush.

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