Às vezes, é melhor guardar o que a gente sente

Você fez tudo o que podia, disse tudo o que sentia, expôs o que queria e foi você, meio torto, meio complicado, às vezes certo, às vezes errado, mas foi você, inteiro, ainda que em pedaços.

Mas, o outro… O outro não fez metade do que podia, talvez por medo, por trauma ou por não querer mesmo e foi covarde em não dizer, não se abrir, não falar a verdade, não expôr o que queria ou o não querer. E você continuou ali, tentando, falando, se expondo, enquanto o outro só se afastava, te afastava e desrespeitava o seu sentir, o seu jeito de ser.

Chega, né?! Tem hora que é melhor pegar o que a gente sente e guardar. Falar que sente saudade, sabendo que ela não virará encontro? Dizer que lembra do outro nas menores coisas sabendo que não faz diferença alguma? Tentar manter um diálogo onde já não há remetente? Não faz sentido.

Da mesma forma que não faz sentido querer ser oceano em um copo d’água. Da mesma forma que não faz sentido romantizar a indiferença, o descaso. Da mesma forma que não faz sentido amar o que machuca, o que te diminui, o que não te entende e não faz questão de entender. Não faz sentido oferecer tanto sentimento onde não te cabe, onde não te querem. Onde já ficou, mais do que claro, que não te querem.

Para, respira, respira de novo. Tá tudo bem. O custo de ser intenso é ter que aprender a lidar, às dores, com pessoas rasas. Não se culpe, não culpe o outro, não guarde mágoa, raiva, rancor, nada de ruim. Pega o que você tá sentindo e sabe que não tem importância pro outro e guarda pra você. Aprende com esses sentimentos aí. Coloca cada um deles em seu lugar, e, aproveita a bagunça e coloca o amor próprio em evidência.

Assim, ele vai te mostrar que não faz sentido nenhum sentir falta de quem não faz questão de você. Que não faz sentido se abrir com quem não vai receber. Que não faz sentido querer que fique quem nunca sequer chegou de verdade. Guarda o que sente pra oferecer pra quem se importa. Guarda o que sente porque isso importa.

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