Entre mulherzinha e mulher-macho

Mulherzinha é, irreversivelmente, aquela mulher que tem potencial para levantar a cabeça, um belo sutiã e mostrar ao mundo para o que veio mas prefere sofrer. Preferir talvez não seja o termo adequado, é verdade. Mas é isso que elas aparentam para o mundo quando dizem que deram o seu melhor quando podem mais, quando negam suas qualidades e fazem dos seus defeitos verdadeiros motivos de guerras frias muito quentes.

Já a mulher-macho é aquela mulher forte, que sabe do seu potencial mas, às vezes, exagera um pouco na falta de feminilidade. Perde a sensibilidade do olhar sutil quando exagera nos palavrões. Muitas vezes parecem ser arrogantes, frias e objetivas demais. Na verdade são apenas diretas e escondem a fragilidade atrás do que já sofreram.

Sempre penso que existe em cada uma de nós essas duas criaturas completamente opostas. Mesmo a mais mulherzinha pode botar o pé na porta – ou o salto no peito dele – e mostrar a que veio. Mesmo a mais mulher-macho pode falar com voz de bebê, fazer cara de gato do Shrek e sofrer por bobagem. Nenhuma das duas deixa de ser mulher.

O que não conseguimos é ser meio termo. Tateamos o equilíbrio, ladeamos o bom senso. Mas mulher vive essa montanha-russa nos hormônios, como não tem como não viver nas emoções.

O problema dos relacionamentos – e do término deles, especialmente – está aí: quando o outro lado quer que sejamos uma, somos outra. Quando esperam que sejamos fortes, sofremos. Quando sofremos, eles esperam a nossa objetividade.

Definitivamente, não são as mulheres ou homens que complicam a vida. São as expectativas que criamos um no outro, querendo adivinhar o que pensam e como sentem

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