Eu não sou o que você procura

Se eu sou meio insegura
Se eu perder a inocência em um encontro às escuras
Ou se sou barraqueira de mini-saia
Se eu levanto cedo
Ou varo no bar até de madrugada
Se eu prefiro ficar em casa em vez de me perder na balada
Se você me conhecer na rede social
Ou eu for prima da sua enteada
Eu não sou o que você procura

Se eu transar no primeiro encontro
Ou te der o bolo
Se a gente tiver os mesmos gostos
Ou nunca ter escutado a música um do outro
Se eu não tiver um rosto só
E perder a paciência por pouco
Eu nunca vou ser o que você procura

Eu posso ser loira, morena, sarada, coxuda
Engrenar num papo bom
Mostrar minha desenvoltura
Eu posso bancar a misteriosa
Provocando que você descubra
Se eu elogiar ou costurar a sua blusa
Mesmo assim eu não vou ser o que você procura

Eu não. Eu nunca vou ser.

Pois pra ser sincero nem você sabe aquilo que está em busca.
Pode ser uma mistura boa de uma garota que você adicionou
Ou os braços de uma medusa
Diante de tudo, você vai escolher aquilo que melhor me conjuga já que eu escolhi ser suja, de uma vida inteira onde não fui eu quem escolheu quem me abusa.

Não há argumentos com alguém perdido em si mesmo
Sem escutar o mundo à sua volta
Eu só sei que eu nunca vou ser o que você procura
No seu mundo… Eu nunca serei sua musa
Eu só sou mais uma intrusa.

“Nos seus jogos de perdição, ou você se afunda ou sai imunda.”

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