Eu quero sentir, eu quero sentido

Nem todo mundo vê e sente com a mesma intensidade que eu. Quanto mais cedo eu perceber isso, maior será o sofrimento e desgaste evitados.

Eu quero saber a sua cor preferida, se prefere dias cinzas ou o céu colorido, frio ou calor, o porquê de ter amado quem amou e o porquê de ter ido embora.

Eu quero saber qual era a sua matéria preferida na escola e para qual época você voltaria se houvesse uma máquina do tempo. Quero saber onde lhe dói. Quero saber o que lhe cura.

Eu quero abraços demorados, de olhos fechados. Olhos nos olhos para ver se o que você diz coincide com o que sente. Quero deitar na areia morna e poder olhar o céu sem a necessidade de preencher o silêncio. O céu. O seu.

Eu quero viajar sozinha e desenhar as pessoas mais solitárias que encontrar naquele meu caderno velho. Assim, eu as reúno num mesmo lugar e acabo com suas solidões, mesmo que só na arte e ainda que não saibam.

Eu quero me emocionar ouvindo um pianista de rua, quero perder o ar de tanto rir por ver dois esquilos disputando uma noz. Quero que você tenha coragem de não sentir nada pela metade, mais ou menos. Quero que tenha coragem de se entregar ao momento. A vida passa rápido demais e o que fica é o que foi vivido.

Quero poder cantar a minha música preferida de olhos fechados, voz baixa, pensando em tudo o que ela me representa. Tantas músicas contam histórias minhas. Eu sei que contam suas também, mas a história nunca é a mesma, não é?

Eu quero sentir o mais profundo que puder, quero absorver o máximo de cada um e de cada momento, quero ler a maior quantidade de pessoas que puder. Há tanto tipo de gente por aí, tanta história esperando ser descoberta, tanta aventura.

Eu sou um poema. Você consegue ler?

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