Mulher maravilha versão real

Ela que acorda todo dia – cedo ou não – se olha no espelho, lava o rosto, se arruma e coloca a melhor e mais forte maquiagem que pode existir para enfrentar o dia a dia: o seu sorriso.

Ela que sai cama e vai cuidar do café da manhã dos filhos e do marido, depois – se der tempo – também toma seu café e sai para a batalha de enfrentar trem, ônibus e metrô e atravessar a cidade para trabalhar.

Ela que não sai para trabalhar, mas fica em casa cuidando de tudo.

Ela que não enfrenta transporte público, mas enfrenta o trânsito para reger e manter de pé a sua própria empresa.

Ela que não sai de casa, mas que está ali, em frente ao notebook tocando seu negócio home office.

Ela que decidiu viver a vida para ajudar a vida dos outros.

Ela que tem um companheiro de vida que não a valoriza, que ainda não percebeu que não precisa ter um relacionamento desrespeitoso e que merece muito mais.

Ela que se manteve calada a vida inteira e engoliu todos os abusos vividos para não destruir a imagem da família perfeita, que quase se destruiu, mas que percebeu que não há ninguém no mundo mais importante do que ela mesma e cortou o cordão umbilical, se salvou.

Ela que saiu da caixa da discórdia entre mulheres e decidiu dar a mão para outras mulheres e assim, levantarmos todas juntas.

Ela que entendeu que o lugar dela é exatamente onde ela quer estar, mas que não precisa agredir gratuitamente o sexo oposto para conseguir respeito. Ela que entendeu que não está mais sozinha caso o sexo oposto ainda não tenha entendido que não é não, e que podemos fazer tudo o que quisermos fazer.

Ela que aprendeu a amar seu corpo e sua alma, seus defeitos e enaltecer suas qualidades só porque ela se ama para caralho.

Ela que cria/criou os filhos sozinha e dá/deu conta do recado.

Ela que decidiu não ter filhos porque não quis, porque não se via mãe.

Ela que decidiu ser mãe de filhos de quatro patas.

Ela que junto com a sua companheira encontrou a sua maneira de ser feliz, encontrou o amor. Ela que adotou uma criança e a mostrou que o amor existe e é lindo porque nasce do coração (não da barriga).

Ela que assumiu seu estilo de vida – seja ele qual for – e ligou o foda-se para a sociedade.

Ela que enfrenta seja lá qual for a sua batalha pessoal e diária, ela que já nasce enfrentando o mundo.

Ela que finalmente aprendeu a sua própria fórmula para ser feliz.

Ela, a mulher maravilha versão real.

Nós, todas nós. Heroínas do nosso próprio dia e das nossas jornadas.

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