Não se apequene a novos amores

Dor de amor que cura com distração. Dor de amor que cura com nova, outra, emoção. Dor de amor que não cura, repassa a paisagem. Amor que morre, e floreia em cabeças distraídas. Não há de sofrer, por quem, nem quer te ver. Livre-se de amores pendurados. Recolha o sentimento e leve o que há de ti para outros bosques. Escute o eco de quem te procura. Será que é tão difícil serenar nessa selva de amores perdidos? Estufe o peito e proclame um novo querer, de olhar risonho, beleza fria e beijo doce. Amor, amor e amor. Leve-o para a copa das árvores que deslindam suas selvas internas.

Seja asa do seu destino. Tente planar enquanto queria tanto pousar. Beije o céu como se fosse a boca de um repentino amor. Coloque consoantes em novas palavras e mordidas leves em nucas despovoadas. Esmere almas de jeito manso e, alegremente, desenhe sonhos em torno de mãos firmes. Estreite o laço entre você e a vida. Só não se arrependa de ficar arrepiada com meu olhar indecente naquele riacho que só cabem dois. És pintura. Gostosa. Minha. E do mundo.

Assim vou, na valsa, levando sorrisos a sementes que receiam o brotar do amor. Ah, que perder de vida. Me diga quando for bom. Só não diga que não tentou. Laceie seu olhar de mundo. Me veja como raiz. Só não se deixe ressacar. Vem, deixa eu te doar a muda, florida, da experiência.

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