Pequena Miss Sunshine – perder ou ganhar, o importante é se aceitar

Um sonho, uma viagem e uma família um tanto excêntrica. Essa é a história de Olive, uma menina que foi convidada para participar de um concurso de beleza. Quando disse que a família de Olive é um tanto excêntrica, não estava a brincar.

Começamos pelo avô, que foi expulso de um asilo por usar heroína, o pai que criou um método de autoajuda que é um fracasso, o seu irmão fez voto de silêncio, seu tio acaba de ser demitido e tentou se suicidar, a mãe é a mais “normal”, sempre tentando acalmar a todos. Agora imaginem todo esse povo junto dentro de uma Kombi viajando por três dias para chegarem a um concurso?!

Esse é daqueles filmes gostosos de assistir, que são divertidos, mas que em alguns momentos podem nos tirar algumas lágrimas. Mas te garanto, vais rir muito mais do que chorar. Olive é uma menina divertida, que não vê problema algum em participar de um concurso de beleza, mesmo não estando nos padrões das meninas que também vão participar. Na verdade, ela nem percebe isso, pois a maior alegria é participar e fazer a apresentação que tanto ensaiou com o avô. O importante é se divertir, se ganhar tá mais que ótimo. E seus pais, embarcam nessa viagem maluca, cheia de imprevistos. Começando pela Kombi.

Pensando no filme e em que a personagem principal é Olive, imagine-se no lugar dela. Uma criança, quase adolescente, que tem todos os sonhos possível e impossíveis. Ela gosta de todos da família e tem a ingenuidade de criança, que não vê problema em o tio querer se matar e em ser gay, nem no irmão que não quer falar, apenas o respeita pela decisão. A única pessoa que a deixa meio insegura é seu pai.

Por tê-lo como exemplo de vida, assim como a mãe, o que seu pai disser vai ser verdade. Em várias passagens ele diz que “as pessoas devem ser vencedoras e não perdedoras. Perdedor é ruim, não se deve ser um.”. Com isso em mente, ela começa a sentir medo de participar do concurso. Mas seu avô estava ali para confortá-la. E para entender, ainda mais, como o pai mexe com a insegurança dela, ela quase deixa de tomar sorvete. E isso foi tão longe, que ela precisou perguntar para uma das ganhadoras de um concurso de beleza se ela também gostava de sorvete. Somente após a confirmação é que ela ficou aliviada por não precisar abandonar algo que tanto gostava em sacrifício ao corpo. O que aliás, ninguém deve fazer. Tomo aqui as palavras da mãe de Olive, em que cada pessoa deve gostar do seu corpo, seja magra ou gorda, cada pessoa deve se aceitar e ser feliz.

E outra coisa linda de se ver com a perspectiva de Olive foi a apresentação de talentos, em que ela apresentou a coreografia que ensaiou com o vô. Só para situar, o avô dela usava heroína no asilo e gostava de ver revista pornô. E em sua maior inocência e com a ingenuidade de Olive eles ensaiaram uma coreografia de dança tendo como música Super Freak de Rick James. Para Olive ela apenas estava dançando, mas na visão de uma das juradas aquilo era uma ofensa para um concurso de pré-adolescentes. O inesperado então acontece: a família da menina sobrem ao palco e a ajudam a terminar a coreografia, para surpresa e felicidade dela.

Para Olive, o que importa não foi não ter ganho o concurso, mas ter, ao menos participado dele. E é assim, que todos deveriam pensar.

Não poderia falar de Pequena Miss Sunshine e não falar da trilha sonora e da fotografia, dois elementos que são impecáveis nesse filme.

A trilha sonora foi composta pela banda DeVotchKa e por Mychael Danna. Aqui segue a música de início do filme:

E a fotografia é maravilhosa, principalmente a paleta de cores utilizada. Com cores suaves em tons de amarelo, rosa, vermelho e azul. Simplesmente lindo!

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