Sobre os caminhos que a gente percorre…

A verdade é que às vezes as coisas demoram a fazer sentido.

Consigo lembrar facilmente de pelo menos uma dúzia de vezes em que encarei acontecimentos desconexos da vida e, imbuída de uma fé juvenil, questionei todos os deuses e santos que eu conhecia sobre os motivos pelos quais eu estava vivendo em desacordo com os meus sonhos de princesa.

Lembro bem que eu achava um tanto errado as coisas não saírem conforme o planejado. Que eu tinha TOC de fazer riscos no mapa e me indignava profundamente a cada atalho traçado. Lembro bem que eu me desesperava com a imprevisibilidade dos acontecimentos e com a falta de controle sobre um bom pedaço da vida.

Lembro bem de tudo isso e lembro também que eu me sentia um tanto injustiçada. Lembro disso até com certa vergonha porque sou obrigada a confessar: eu sempre fui bastante privilegiada.

Lembro bem que alguns caminhos que percorri me causaram um bom bocado de indignação e que só depois, olhando distraída para trás como quem não quer nada, eu me dei conta de que os acontecimentos em regra fizeram sentido. É tudo uma questão de compreender a estrada e observar os caminhos de um jeito positivo.

Com o tempo a gente entende que embora o glamour esteja lá na linha de chegada, são os passos de meio metro que dão sentido a toda a caminhada. Que os processos são mais importantes que os grandes eventos. Que os aprendizados constroem nossa capacidade de viver a felicidade e que talvez a gente só esteja no meio de um trajeto.

É preciso andar aprendendo para não caminhar rumo ao nada.

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