Tentamos, cada um a sua maneira.

Eu tô olhando pra essa folha de papel em branco tem 30 minutos. E tem 37 minutos que eu quero te escrever. Eu levei 7 minutos para começar a encarar a folha porque eu estava passando pelas nossas fotos no celular.

Apagando, uma a uma. É estranho, né? Gastei sete minutos para apagar as nossas fotos, mas não faço a menor ideia de quanto tempo vou gastar para te esquecer, para te deixar passar.

Pode ser que seja amanhã, pode ser que não seja tão cedo.

Era cedo quando acordamos juntos pela última vez, antes das 08h00, naquele sábado sem sol, sem sabermos que já era tarde demais para nós. Eu nem sei de quem foi a culpa e nem estou preocupada com ela pra falar a verdade. Tentamos, cada um a sua maneira. Falhamos, cada um a sua maneira também.

Faz uma hora e quinze minutos que eu tô aqui e tudo o que eu consegui escrever até agora foram essas palavras desconexas e sem sentido. Faltou sentir? Do que adianta saber disso agora também, né? Agora eu só sei do que sobrou.

Sobrou saudade, sobrou amor, sobrou uma foto na carteira, um vídeo salvo no computador (acabei de me lembrar dele. Vai ser foda apagar). Sobraram as memórias, as manias, os sussurros das músicas ouvidas. “Sobra tanta falta”, é o nome de uma música do Teatro Mágico.

É isso. Sobram as faltas.

Faz duas horas que eu continuo aqui encarando a folha que vai se preenchendo aos poucos. Faz duas horas e sete minutos que eu sinto saudade. Talvez, passe amanhã. Talvez, não passe tão cedo.

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