Voltando (a)mar adentro…

Hoje procuro um amor, mas não que algum dia tenha deixado de procurar, dessa vez quero algo diferente de todos os outros que um dia já tive. Das paixões arrebatadoras, das amizades coloridas… Se em minha fórmula mágica o amor nasce da paixão acrescida da amizade, estou cada vez mais próximo da proporção ideal. Hoje sei que “eu te amo” significa muito, mas afirmo que não é a resposta para os problemas cotidianos.

Não que meu coração tenha enrijecido ao longo dos anos, mas cansei de assistir filmes demasiadamente românticos, de choro meloso, hoje prefiro o riso fácil de uma comédia, o medo de um suspense e noites mal dormidas à custa de exorcistas.

Filmes românticos me remetem a perfeição, amores perfeitos, pares perfeitos… Mas e eu? Confesso que sou perfeitamente imperfeito e não me imagino diferente, com minhas gavetas entreabertas e malas mal arrumadas de uma noite anterior.

Sou desconfiado: não tenho só um, mas os dois pés atrás. Deixei meus ímpetos no meio do caminho e hoje a cautela norteia meus passos. Posso parecer frio, medroso, ou talvez uma vítima de meu passado? Não sei.

Sei que o porto é seguro, mas o navio foi feito para navegar. O que me falta é a coragem para soltar essa âncora a cada dia mais pesada e voltar mar adentro.

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