Nossas verdades [+18]

Calcinha ao lado e beijos intermináveis, na cama a gente se devora, se ama entre os lençóis coloridos e derruba ao chão toda a nossa vaidade; não precisamos dela por agora. No nosso íntimo, colecionamos situações que para muitos são pecados, mas tudo bem, aceitamos os olhares críticos, só não deixamos de nos amar intensamente por causa deles.

No nosso sexo não há desculpas, medos ou hesitações, somente vontades a serem realizadas. E realizamos todas elas sem receio do usar do corpo e do gemer do coração. Ela gosta que eu coloque dois dedos enquanto a chupo; eu gosto que, toda babada, ela me chupe com aquele olhar que me perfura as inibições. Ela gosta de tapas de mão aberta, de marcas que eternizam temporariamente a textura das mãos, de beijos que borram o batom e as saudades passadas; eu gosto de chamá-la do que eu quiser e de mudar de posição com a frequência com que digo que a amo. Ela gosta que eu puxe os seus cabelos como quem domina um animal selvagem; eu gosto quando ela rebola com as mãos soltas, brincando de flertar com os próprios seios, rindo, entregue, totalmente desnorteada e feliz.

Alguns nos julgam loucos por falar tão abertamente sobre sexo; nós julgamos loucos os que tanto desejam amar e transar loucamente mas, por receio da falta de aprovação dos outros, mentem sobre as próprias inclinações. Se eles soubessem a parcela linda que estão perdendo da vida… Eu a desejo como companheira não unicamente por ser safada ou gostar de transar no banco de carona, mas sim por admitir com lealdade as suas aptidões. Ela é de verdade, e esse é o melhor elogio que posso fazer a alguém.

Acontece que não me preocupa o que ela é, mas sim o que ela, por apreensão, não demonstra ser. Ela pode ser o que quiser ser, só não pode deixar de sê-lo. No nosso sexo há verdade, e no nosso amor há um bocado de pureza, mesmo que sejamos igualmente sujos. Somos um beijo tropical que mistura histórias a um gemido difícil de controlar, um riso fácil a um andar pelado e despreocupado pela nossa casa, um tapa rude a um olhar que cura todos os traumas que acumulamos no decorrer da vida, uma primeira penetração que faz os olhos rodopiarem a um abraço forte com gosto de amizade de anos… Mas, antes de qualquer adjetivo, somos uma distração leve e descomplicada de vida que, alegremente, chamo de amar.

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