Tudo que preciso é aprender a dizer sim para mim

Passo boa parte do tempo achando que estou agindo de forma errada diante das situações da minha vida. Exagerando ou menosprezando tudo, sem o menor filtro. Gritando quando todos no ambiente estão fazendo silêncio, ou, ainda, sussurrando quando todos estão falando alto demais e, por este motivo, a minha voz se torna inaudível. Eu poderia até culpá-la, mas sinto que preciso me forçar para ver além dos olhos turvos que ela, a insegurança, me provoca.

Confesso que tenho uma resistência mortal de, simplesmente, dizer – não – quando eu quero dizer – não. Volta e meia, por medo da represália, aceno positivamente a coisas que, no fim das contas, me farão sucumbir dentro de mim mesmo e só desejar poder voltar no tempo e não errar de novo. Mas eu sou fraco demais para resistir às tentações. Caio em todas. De cabeça. E aí, amigo, só consigo mesmo lidar com as cicatrizes que meus atos me causam.

A insegurança é uma das piores pragas que podem atingir o nosso peito. Ela é mais ligeira que as nossas tentativas de minimizar a sua proliferação. Quando damos conta, ela já está em todas as nossas relações, espalhada por todas as nossas atitudes e, em muitas das vezes, usando o nosso próprio corpo para agir por conta própria. Ela aprende a falsificar a nossa assinatura e preenche cheques de dívidas que, quase sempre, são altas demais para que possamos pagá-las.

Preciso aprender a dar um basta neste medo idiota de ser menos querido por fazer o que eu sinto que é melhor para mim. Nesse pavor que me congela, me paralisa, que me faz ter pesadelos, pensamentos terríveis de que tudo pode desandar só porque num momento de extrema coragem eu consegui domar a minha insegurança e dizer um sonoro – NÃO – com a boca cheia.

De uma vez por todas, preciso entender que não gosto do sabor que a vida tem quando digo – sim – contrariando a minha vontade. Preciso colocar a minha cabeça no lugar e reafirmar para mim mesmo que tenho livre-arbítrio. Que posso escolher os caminhos pelos quais seguir e arcar com as consequências que podem nem ser tão graves assim. No fim, parece pouco, parece fácil, mas não é tão simples assim. Tudo que preciso é aprender a dizer sim para mim.

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