Você não pode escolher qual parte de mim amar

Você não pode escolher qual parte de mim vai amar. Você não pode gostar do som da minha risada, achar o meu sorriso bonito, mas não suportar as minhas lágrimas e me dar as costas quando o mundo for pesado demais para mim.

Você não pode segurar minha mão andando por aí, na fila do cinema, na estrada, no centro da cidade e soltar quando eu precisar sentir firmeza, quando eu precisar de um toque, de um gesto que diga: “eu estou aqui”.

Você não pode amar o que eu escrevo, o meu jeito de falar, mas me deixar sem resposta quando eu transbordo em palavras, quando eu exponho o que há no meu peito, quando eu deixo transparecer o que eu penso. Você não pode me deixar afogar em silêncio quando transbordo.

Você não pode amar meio lado meu. Escolher o lado bom. Querer o que é festivo, divertido, leve e só. Ou você me ama por inteiro ou não ama. Ou você aguenta os meus dias sombrios, nublados, onde eu digo que quero me esconder do mundo, mas na verdade só quero alguém que me encontre, ou você me deixa. Ou você entende as minhas contradições, as minhas cicatrizes, minhas bagagens, ou você me deixa. Ou você ama o que eu tenho de bom e o que eu tenho de ruim, todos os traumas, os medos, os receios, os dramas. Ou você me deixa.

Mas não fica pela metade. Não escolhe uma metade minha. Eu sou inteira. Já parti muitas vezes, mas cada vez eu me refiz mais forte e voltei a ser inteira. Então, ou você entende isso ou parte. Mas não me parte. Não me parte porque eu já quebrei demais e você não tem o direito de escolher uma parte minha. É tudo ou nada.

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