Alguém que não sabe mais do que você. Que não fez mais do que você. Que não sentiu mais do que você. Mas que, talvez, tenha um pouquinho mais de tato com as palavras pra transformar banalidades em crises existenciais e motivos de choro.
Ela acabou de virar as costas. Não. Puxá-la pelo braço não vai adiantar. O que está no universo dos sentimentos a gente resolve na palavra, e não na força física. Você pode até tentar convencê-la, usando, entre os seus argumentos, […]
Atravessou a rua no sinal verde – para os carros. Na frente de todos eles. Sem sequer se preocupar com a – não tão remota – possibilidade de virar carniça no asfalto. Ou de, como diria Chico, morrer na contramão […]
Aí você pega na mão dela. A que está livre do drink ou da latinha de cerveja. E a tira pra dançar. Um forró, uma salsa, um samba a dois. Algo que sirva como um belo pretexto pra deixar os […]
Era oito de agosto de oitenta e nove quando chorei pela primeira vez. De desgosto, acho. Afinal, deve ser um baita dum choque sair do útero quentinho e escurinho da mamãe pra botar as caras num mundão que acha estranho […]
Mais generoso do que coração de mãe, só a linha vermelha sentido Corinthians-Itaquera às seis da tarde de segunda a sexta. Cabe o meu amor, cabem três vidas inteiras, cabe uma penteadeira. Cabem 14 pessoas por metro quadrado. É só […]
Teoricamente, todos nascemos livres. Pelo menos é o que diz a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Tenho dúvidas quanto à veracidade disso na prática – afinal, tem muita gente por aí que nasce condenada por causa da cor da pele, […]
Já chorei mais. Hoje eu choro menos. Tem um filme de chorar me esperando aqui no Netflix, mas a fome aperta, e eu preciso quebrar uns ovos pra dar um jeito nisso. Tem um depoimento de chorar me esperando aqui […]
Já limpei bunda de criança que nem da minha família era e que eu só vi uma vez na vida. Já matei barata naquele embate direto e sem direito a inseticida, em que ela estava armada com aquelas terríveis asas […]
Ai, que saudade d’ocê. Ah, como a música tem o dom de falar pela gente com mais destreza do que as nossas próprias cordas vocais… Era Zeca Baleiro cantando Geraldo Azevedo. Mas bem que podia ser eu cantando ocê, o […]