A história dos 3 anos do EOH em forma de sorrisos!
Faz 3 anos que tudo começou. Lembro-me bem quando eu estava ocioso e queria fazer algo que suprisse meu tempo livre. Na vida e na minha cabeça pensante e eufórica. Eu estava iludido com o mercado de trabalho e com as possibilidades que, até naquele momento, ele me proporcionava. E como sempre tive uma paixão pelas mulheres e seus detalhes – talvez por ter perdido meu pai cedo e ficar meio perdido, resolvi olhá-las de outra forma– resolvi criar algo voltado à elas. O que eu iria fazer?
Sempre fui um menino que teve um mundo interno muito grande. Desenhava em paredes, ensaiava diálogos antes de dormir e contava os azulejos do banheiro um a um. Então comecei criando um Twitter. E como quem nada quer, fui escrevendo meus devaneios, minhas visões de mundo e quando surgia uma ideia postava um tweet. Sempre despretensioso. Coisas bestas e mais com intuito de serem engraçadas do que reflexivas. Mas todo começo é assim, um pouco vergonhoso, mas necessário. Naquela época eu nem sabia que gostava de escrever, eu só queria me divertir e fazer piada com as palavras. Mas era engraçado observar como no fundo eu sempre tive uma queda por trabalhar com coisas que fossem entretenimento para os outros.
O tempo passou e eu senti que algumas pessoas, umas oito ou nove, pediam para eu escrever coisas mais longas que frases de cento e quarenta caracteres. E assim criei um blog, daqueles que qualquer pessoa pode criar. Eu virava noites tentando melhorar o layout, colocava um botãozinho ali, um botãozinho acolá… Era engraçado pois eu não sabia nada de programação – e ainda não sei –, mas ficava ali lendo durante madrugadas e madrugadas sobre como mudar a cor do topo do blog. Que saudade dessa fase! Que saudade de imaginar que eu iria conquistar o mundo com um simples blog!
E assim comecei a escrever textos aleatórios com temáticas mais instrutivas do que líricas e, quem eu era para escrever essas coisas? Colocando-me no meu lugar de menino-aprendizado, fui trilhando com calma e ao escrever evitando ao máximo uma possível cagação de regra, eu só queria abrir horizontes e mostrar como as fluências da vida contornam as mãos de todos nós. Eu era um menino, eu sei, mas eu precisava começar, não é? E esperar até uns trintas anos não seria solução. As críticas vinham, como sempre, mas elas rebatiam nos sonhos. Eu só precisava ficar quietinho e continuar. E talvez essa tenha sido a melhor saída para chegar onde cheguei até agora; quando eu não aguentava mais e queria desistir de tudo – como volta e meia acontecia – eu calava a boca e continuava mais um pouquinho. E de cala boca-continua em cala boca-continua aqui estamos.
O tempo passou e as pessoas foram gostando do que eu escrevia, e por causa do twitter, na época com uns 30 mil seguidores, eu já tinha quase uns 400 acessos por dia. O que na época parecia-me fantástico. E era. Fui indo, devagar, ainda escondendo o rosto e não sabendo o que me aguardava, mas indo – feliz pois eu estava fazendo e, descobrindo, o que eu gostava. Até que um dia resolvi juntar um dinheirinho que eu tinha – iria viajar com ele – para investir no blog e paguei um designer para fazer um design novo, queria profissionalizar. Era incerto e confesso que ninguém acreditava muito em mim, me olhavam com aquela cara de: “Cara, gastar dinheiro em blog? Que besteira!” – e na época era uma quantia alta para mim. E por esses motivos também não contava muito dos meus planos para as pessoas, pois acredito que o silêncio ajuda na realização dos sonhos. Até porque se não desse certo, só eu saberia, não receberia olhares de cobrança como troco. E talvez esse tenha sido o meu maior sucesso: fazer tudo na surdina, guardando para mim e para as pessoas que confio.
Nessa mesma época comecei a fazer os vídeos. E como de praxe, hoje vejo os vídeos antigos e fico com vergonha deles. Acredito que seja natural. No começo os vídeos foram muito bem, várias pessoas acessando e comentando, achei que estava seguindo o caminho certo. O primeiro vídeo em uma semana já tinha quase 70 mil views. Fantástico! Até que uns meses depois vi que não era o caminho que eu gostaria de seguir. Observava que ali eu tinha virado só um rostinho, possivelmente, bonito. Que era só eu falar coisas clichês e regadas de amor que eu já obtinha os comentários mais lindos e hipotéticos do mundo. E não era isso que eu queria. Eu queria que as pessoas se identificassem com os meus dizeres e não com um possível eu, que só existia na cabeça de algumas. Encontrei muita dificuldade com isso e resolvi mudar de postura, pois sem querer estava atingindo um público que não era o que eu queria. Dessa forma mudei de postura nos vídeos, transformei o que era mais “cool” e divertido em algo mais real, brando e calmo. E confesso que até hoje luto todos os dias para que leiam os textos – ou vejam os vídeos – e captem a essência das linhas ali descritas e não digam que me amam ou que casariam comigo. Digam que as faço alegre com os textos. Digam que um texto te ajudou a encontrar-se depois de uma perda. E assim que talvez eu e o blog, possamos ser um instante de vida feliz na vida de vocês. Só isso. Isso basta.
As coisas foram evoluindo e um dia pensei que sozinho não conseguiria dar continuidade a um conteúdo diário e de qualidade, por isso optei por colocar alguns colaboradores. Mudamos o layout de novo, gastei todo pouco dinheiro que tinha na época para fazer o layout que temos hoje. E com certeza não estaríamos onde estamos se não fosse todos os colaboradores que estão aqui hoje. Tenho orgulho de todos e os leio com carinho. Até o Léo.
Eu sempre fiquei muito atento ao posicionamento que o blog estava tomando, sempre quis que o blog fosse um blog para mulheres que querem ler coisas “inteligentes”, leves, reflexivas e cheias de calmaria. Independente do assunto. Queria um recanto para mulheres que querem mais do que ler coisas que a sociedade define como “coisa de mulher”. Por algum momento eu tinha cansado dessa apelação em todos conteúdos que eram direcionados às mulheres. Eu queria criar um recanto de conteúdo sincero, simples, inteligente, de identificação e de leveza. Um canto nosso, sem as regras lá de fora.
É muito fácil escrever textos de amores lúdicos – ou listas apelativas – e conseguir não sei quantos likes. Difícil é ser fidedigno a realidade, cuidar com as inverdades, manter a confiança do público e aumentá-lo, mas sem perder a essência de sempre. Hoje vejo vários blogs que apelam nas chamadas e no conteúdo e esquecem do entrelaçar dos leitores. Isso aqui, eu e você conversando, é impagável. E isso que eu sempre quis, esse contato, e não um acesso paraquedas onde as pessoas clicam, entram e saem. O intuito, e diferencial, de um blog é esse: cativar.
Então venho aqui agradecer, pois eu simplesmente adoro – falaria amo, mas quero esperar nossa relação amadurecer haha – o que eu faço. E completo dizendo que não existe nada mais gostoso do que descobrir o que a gente gosta de fazer. Então se eu pudesse sentar na sua frente e lhe dar uma única dica de mundo seria: corra atrás do que você gosta, se joga, arrisca e nunca tenha vergonha de ser quem tu és. No começo eu tinha muita vergonha de falar o que eu fazia, de me expor, pois sempre gostei de ser mais low-profile. Mas com tempo percebi que se eu quisesse ganhar dinheiro e fazer meu trabalho bem feito precisaria me expor e lidar com isso. E eu não escondo isso, pois é importante, e real, frisar que por trás do blog existe uma vida, o blog tem custos – altos, por incrível que pareça. E isso é uma realidade que muitas pessoas romantizam, o blog apesar da alegria imposta é um trabalho. Existe servidor de hospedagem, colaboradores, design, programação, impostos, CNPJ, direitos da marca, notas fiscais e mais várias outras coisinhas. Acho importante dividir isso com vocês, deixar o contrato em mesa e tratar tudo sempre com a maior clareza possível. E talvez isso seja a coisa que mais me orgulho dessa nossa, se assim posso dizer, relação. Nossa liberdade de ser autêntico e sincero.
Então hoje quando sento na minha varanda vejo como valeu a pena toda a dedicação que eu tive, as noites que virei escrevendo, todo zelo pelo conteúdo e pelo direcionamento do blog que eu queria ter. Eu virava, e ainda viro, noites pensando em ideias, em formas de tornar o blog cada vez mais interativo e mais aconchegante. E assim, do fundo do meu coração, espero que esse blog seja sempre sinônimo de sorrisos e companheirismo, e que saibam que aqui por trás existem pessoas, existem poemas, existem vontades de realização, mas principalmente sonhos como os de vocês.
Me sinto muito feliz por conquistar vocês e fazer vocês lerem esse texto grande até o fim. E o que mais agrada é essa relação sincera e simples que temos, torço para conseguir sempre manter isso, mesmo quando eu casar com uma tenista famosa – me deixem sonhar. Então venho dizer para vocês que logo iremos lançar uma versão 2.0 do EOH! Com mais interatividade e melhorando tudo o que não vingou no ano passado. Só digo uma coisa: preparem-se! Vocês irão pirar, mesmo! Confiem no meu bom senso/gosto para manter a essência de sempre! Nos vemos aqui. Todos os dias, claro.
Uma beijo na nuca, Fred.
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