Ano novo, novos erros
Não tem jeito. Entra ano, sai ano e a gente insiste nessa ingenuidade de se comprometer a errar menos. A gente anota. Desenha. Faz post-it, cola na parede e mentaliza para não esquecer.
A gente foge; reza; faz mandinga e segue todo o protocolo à risca. A gente insiste em querer se anestesiar da dor dos novos erros e finge não saber que essa meta é um tanto utópica. A gente se engana mas no fundo sempre sabe: errar faz parte do exercício de viver!
Errar dói. Dói tanto que nos faz sonhar com a sem-gracice de uma vida só de acertos. Seria um tanto confortável, é verdade, mas talvez valha a pena ser mais realista e enxergar as coisas por outra perspectiva: erros novos significam novas tentativas e esse é um jeito bem mais da hora de encarar a vida.
Por isso, passada a ressaca dos dias de festa, hoje finalmente o ano começa e eu faço meu grande pedido: que eu siga errando, mas que meus erros sejam novos. Que eu beije novas bocas erradas e me arrependa das dores de novas ressacas. Que eu veja novos filmes ruins, trabalhe em novos projetos errados e beba de outra vodca barata. Que meus erros do passado tenham sido perdoados mas permaneçam frescos em minha mente para que não se repitam. Que os novos erros hora ou outra se convertam em acertos e que eu mantenha em minha mente a certeza de que só segue errando quem se mantém em movimento.
Feliz 2017!
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