Ânsia essa de amar
Hoje quando penso em beijos, o vazio se instala. Se instala por não achar referência de beijos que tragam a saudade à tona. As referências dos meus amores se perderam, mas, apesar de parecer, não sou tolo a ponto de descartar a tão gostosa possibilidade de amar. Só fico na espreita, pensando em como o vento irá soprar amanhã e trazer a solução do meu sorriso.
A verdade é que perto desses amores vividos e sonhados, aprendi que o sofrimento prepara a alma para coisas novas. E que a cada morte a vida se torna mais delicada. Ser sensível ao saber amar é desfibrilar em si a arte de ter coragem da forma mais branda possível. É ter sensibilidade e delicadeza para desviar dos ressecares das emoções e manter-se sempre com a maleabilidade de uma criança apaixonada.
Eu que escrevo e, brinco de amar o impossível, sei que o meu amor é perene. Mas para os que brincam de desacreditar no amor, esses pouco sabem sobre como o amor está presente na vida de todos e, talvez, mais fortemente quando nos esforçamos para ele estar ausente. Simples ânsia essa de amar e encontrar um sorriso vizinho que vire amor maior e enlouqueça a alma em busca do incerto. Sem interrogações, sem definições, sem dizeres estipulados, sem tamanhos ou mensurações tangíveis.
Nossos limites são ilusões, são amores que se foram e nem por isso deixaram de ser amores. Amor-gangorra, que vai e nem sempre vem, mas que, um dia, nos dará a graça da sua aparição alegre a ponto de transformar amores repentinos em um lindo pedaço de eternidade.
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