Continuo a bater na tua porta
Continuo a bater na tua porta. Mesmo sem você autorizar. Mesmo sem você attender, continuo te ligando. Não por mim, nem por você. Mas pelo “nós”: essa terceira pessoa que criamos e que anda cheio de saudades de nos ver juntos novamente. Então, faço disso um ritual ininterrupto, até mesmo depois de te convencer que mudei e que posso melhorar mais ainda.
Independente de quem você é, sempre existirá alguém que te faça querer ser melhor.
É, e esse alguém é você.
Você não é minha única escolha, não. Longe disso. Você é a única que eu não consigo deixar de escolher. A única que eu corro atrás como órfão de pai e mãe em busca de um colo familiar.
Sem saber, naquela nossa brincadeira de nos abraçarmos forte, meus órgãos pularam para o teu pequeno corpo, faezendo morada por aí.
Agora, com esse término maldido, fico por aqui, buscando alguma coisa, alguma foto, alguma roupa, algum perfume, algum coração.
Mas você reluta. Você discute e diz que não há mais o que discutir. Grita e chora ao afirmar que se deu toda a mim e que eu te joguei no lixo. Logo em seguida, sorri ao meu lado, sem nem lembrar do clima ruim há minutos atrás, traça planos de um casal feliz até você cair em si novamente, como uma religiosa que comete pecados em série, mas que vive se arrependendo deles.
Se ainda há amor, todo “não” tem um quê de “sim” subentendido.
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