(Des)encontro de amor
Às vezes, a gente conhece alguém por acaso e começa a fazer de tudo para ver essa pessoa bem porque a gente viu naqueles olhos uma parte nossa, falha, triste, bonita e nossa. E a gente vira ombro amigo, vira colo, vira beijo, vira a noite. A gente passa a cantar junto, a sorrir junto, chorar junto.
Mas por algum motivo, aquela falha no olhar, um pedaço nosso, nos dá um golpe. “Eu não vou te fazer bem”, “eu não estou pronto para isso”, “você é demais para mim”, a gente ouve sem ter pedido nada. A gente ouve um fim sem nunca ter falado em um começo. Acontece. Pessoas se perdem por terem se encontrado demais um no outro. Isso assusta, cara. Não é para qualquer um. E tudo bem.
O que dói é que depois de um tempo, o outro aparece recuperado, supimpa, bacana, com o olhar ainda um pouco falho, mas brilhando e… Do lado de outro alguém. Algumas pessoas se encontram só para caminhar parte da jornada junto, reacreditar, sentir de novo, desabafar e depois partem deixando pedaços que serão para sempre partes de uma música sem melodia, ainda que o coração insista em tocar.
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