Eu me deixei levar
Eu me deixei levar por palavras bonitas, por olhares bonitos, pela química, pela pele, por pequenos gestos que me seduziram a ponto de não me deixarem ver a falta de tantos outros mais importantes.
Eu me deixei levar nessa história que nem sequer teve começo, mas que agora me arrasa o fim. Fomos apenas duas pessoas que se cruzaram cedo demais e se perderam cedo demais também. Para sempre.
Eu me deixei levar pelo entusiasmo, pela voz do outro lado do telefone, pela mesma marca que a minha na mão, pelo conforto e aconchego dos braços. Eu me deixei levar por tudo o que eu imaginei, sonhei e quis. Eu quis por dois, eu senti por dois, eu vivi por dois, porque eu me deixei levar.
Sabe, é triste isso de se deixar levar por alguém que não daria um passo por você, mas que seu coração teimou em acreditar que moveria o mundo por ter idealizado -e muito- a pessoa em questão.
Mas, eu não sinto muito pela minha intensidade, pela minha verdade, por ter dito tanto e não ouvido quase nada. Não sinto. Fui aquilo que podia ser. No momento, era o que eu podia ser. Sinto muito por ter sentido tanto, em excesso, por alguém que não merecia um décimo de tanto sentimento.
É que eu me deixei levar. Por histórias mal contadas, noites mal dormidas, dias longos, mentiras curtas. Por dedos entrelaçados, por sussurros, por destinos.
Agora eu vou voltar. Para mim, por mim.
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