Ir embora, às vezes, dói menos que ficar
Eu, simplesmente, decidi que não podia mais continuar. Levantei, caminhei em direção à porta, desliguei a luz para que a saudade não conseguisse ver para que direção segui e fui embora. Abandonei a parte do meu coração que guardava a nossa história. O cômodo dessa casa que te abrigava dentro de mim e hoje, hoje é só um vão vazio. Um mausoléu de histórias que ficaram para trás.
Ir embora, às vezes, dói menos que ficar. Que insistir na gente. Que te dar mais um voto de confiança, que persistir num relacionamento que já foi fadado ao fim. A gente se poupa muito mais quando aceita logo a dor de um amor que precisou morrer, que precisou partir, do que remoer toda uma história, gastar tempo, lágrimas, sorrisos e vontades com alguém que, no fim das contas, não faz o mesmo esforço de volta. Ou ainda, talvez nem ache que precise fazer esforço algum para continuar com a gente.
Num amor que está chegando ao fim, sempre tem um assim, não é? Um que acha que tem razão, enquanto o outro, o errado da vez, está com o coração sangrando. Com os pulmões se comprimindo. Sem ar, sem fôlego, sem forças para continuar. Eu fui este. Eu que quase morri asfixiado por um amor que não me dava afagos, mas sim, me pressionava a garganta. Talvez não tenham ficado as marcas dos dedos, mas no coração… Ah, essas impressões digitais dos teus desfeitos vão custar a passar.
Só preciso ser forte, me bastar, me abster, me convencer que mereço alguém melhor. Que mereço me fazer feliz. Que mereço um amor de verdade. Com você foi só paixão. Pelo menos, é assim que escolhi pensar… Dizem por aí que a gente só ama para valer, mesmo, uma vez. Não vou desperdiçar minha única chance de ser feliz para sempre com você. Eu escolho a mim mesmo. Porque no fim das contas, eu sei que nunca vou me decepcionar. E caso role alguma mancada do espelho, não tem problema, você já me ensinou a dar a volta por cima depois do fim.
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