Maze Runner: um filme que é o primo mais legal de Jogos Vorazes
Estamos em uma clareira fortificada, cheia de muros imponentes, envolta por um labirinto gigantesco. Ali moram forçadamente um grupo de garotos sem memória, eles se lembram apenas de seus nomes e mais nada. A cada mês um elevador traz mais um garoto e mantimentos de sobrevivência. Esse é o enredo básico de “Maze Runner – Correr ou Morrer” , mais uma trilogia que promete fiéis seguidores até o seu desfecho.
Não vou mentir, senti em diversos momentos que estava na ilha de Lost, pensava que a qualquer momento os personagens encontrariam uma escotilha com vídeos de orientação da Iniciativa Dharma. Ao invés de um monstro de fumaça, seres com aspecto de insetos robóticos chamados Verdugos. Pensei também em “Caverna do dragão” o desenho em que um grupo de jovens quer voltar para casa. E é impressionante como muito filmes de aventura no fundo possuem um mote parecido: gente querendo voltar para casa. Quero dizer que não acho de maneira nenhuma o clichê algo negativo. Ele não só é uma ideia acessível como também quer contar algo de um jeito simplificado. É por isso que Maze se sai bem: é um mais do mesmo cheio de qualidades. Um primo descarado de “Jogos Vorazes” e “Divergente”.
Os personagens apesar de não serem aprofundados, representam diversas faces interessantes dentro de um coletivo – isso se olharmos cada um como parte relevante de um grupo. Thomas (Dylan O’Brien) é quase a personificação da frase “ele não sabia que era impossível, por isso foi lá e fez”. Ele quebra as regras, é corajoso, não aceita conformismos e mais a frente passa a figurar como algo que se divide entre a cura e o veneno. Gally (Will Poulter) funciona justamente como o algoz do otimismo. É quase uma zona de conforto agressiva. É contra ousadias perigosas, prefere a segurança da inércia a achar uma saída do labirinto. Alby (Aml Ameen) é o líder do grupo, que ganhou o respeito geral por ter sido o primeiro a chegar à clareira. Funciona como uma espécie de entidade sábia, seu jeito meio ancião confere uma espécie de proteção aos demais, ele garante a manutenção das regras. Chuck (Blake Cooper) faz o gordinho carismático e eu acho fundamental em um filme existir esse tipo de personagem. Ele humaniza a aventura, aproxima quem não está dentro do padrão “super-herói” e sugere que qualquer tipo de pessoa poderia estar ali.
Maze Runner possui aqueles ingredientes que geram empolgação, torcida e aflição. O momento em que os mistérios são revelados é um dos pontos falhos do filme. É como se a explicação fosse jogada em nós com pressa, de maneira fria e ao mesmo tempo grandiosa. Não temos tempo de digerir os argumentos, mas isso não chega a estragar nossa diversão. Não prometo que você não vai chorar, nem que você terá pique para correr tanto quanto “os corredores”. Mas prometo um filme que resgata sensações de aventura daquelas que a gente mais adora. Filme altamente recomendado para viciados em frio na barriga.
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