Meu refúgio são tuas coxas [+18]
As mesmas que me abraçam quando você monta em mim e as que me sufocam quando se fecham nas orelhas. De onde extraio vida após um dia de cansaço e onde eu me detenho até que a língua acabe de contar seus segredos e te deixe estarrecida na cama, mole, pronta, lenta, zonza, ávida pelas costas que sobem rápidas e te encontram sorrindo com os olhos.
Olhos de menina doce venenosa, que não fica nem mesmo prosa ao me ver estatelado no lençol arfando de desejo e confuso de paixão. Procuro no escuro aquelas pequeninas jabuticabas que se transformam em ovnis, abduzindo o ser que já se encontrava em outro lugar da Terra semelhante ao Paraíso no instante em que a tua mão agarrou os meus dedos com força. E jeito.
Aliás, é esse teu jeito de mulher-gêmea que me deixa risonho ao atestar teus devaneios e ideias malucas que mudam tão rapidamente que me convencem do contrário antes mesmo de que eu possa me acostumar com o que era primário. Tuas entrelinhas me endoidecem. E que bom. Porque as curvas do teu corpo dão destaque à bunda que eu mordo e que eu amo lentamente.
A força do hábito, então, me manda te colocar por cima e eu jogo as mãos para trás como diz: faz o que quiser aí que eu sou apenas um brinquedo pros teus prazeres mais secretos. Ô. Sou a mão que se aproxima do teu seio, que puxa os cabelos pela nuca e que te põe sentada no meu colo para que a sensação fique cada vez mais funda.
E como num balé, te levanto, te rodo e te jogo na cama pra pesar sobre teu corpo meus beijos que esperei a semana inteira pra dar. E tuas coxas ainda estão aqui, me envolvendo como o abraço ao redor do amor. Se existe jeito mais gostoso de dizer que ama, quem inventou não disse. Quando relaxo, sei, sou apenas um amante que dispara seus elogios pro teto e que quase desfalece antes de ouvir você perguntar:
– Amor, cansou?
Jamais. Vem que eu quero tudo de novo.
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