O amor nos faz ver o tempo de forma singular
O tempo não é uma unidade de medida precisa. Talvez você diga que eu estou equivocado e que segundos, minutos, horas e seus respectivos grupos sucessivos são exatos e ninguém pode mexer nisso. Não? Eu nunca diria algo com tanta certeza assim.
Pergunte a qualquer apaixonado quanto tempo dura um dia longe de quem se gosta. Sem dúvida alguma a resposta será algo figurativo que te dará a ideia de séculos. A falta, por menor que possa ser marcada no relógio, é sentida com a máxima intensidade desde a última vez que os olhos não se tocaram mais.
Os ponteiros se arrastam.
Por outro lado, basta que as mãos se toquem e os braços achem o calor do corpo do outro para que a situação se inverta. O que era vagaroso, dispara. O que parece preguiçoso, avança com vigor e não atende a nenhum apelo para que se demore e deixe o beijo durar.
Aliás, essa sim se torna a medida temporal usada: a duração dos beijos, o aperto dos abraços, o alívio dos prazeres vividos na pele. O tesão que faz a cama parecer pequena e transforma a casa em parque de diversões – onde uma noite (ou tarde) se torna insuficiente para os envolvidos.
A ciência pode até desenvolver suas teorias e explicar os porquês dessa percepção se alterar de maneira tão brusca, mas chegarão sempre à conclusão mais óbvia: é tudo culpa do Amor que se sente. Sentimento esse que faz qualquer casal notar o passar dos dias de maneira bem singular.
O tempo é tão único que cada um tem o seu. E os que amam, o deles.
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