O que eles pensam sobre – Flores no cabelo

As flores de plástico não morrem. Não tem como não lembrar da música dos Titãs ao falar de flores. A tão manjada frase de alguma forma também se relaciona com a moda.

Na época em que a futilidade reina, o plástico nos lembra tudo aquilo que é descartável e artificial. E então o material acaba por se transformar nas mesmas flores, tão naturais e orgânicas. Um paradoxo. Enfim. O que isso tem a ver com a moda? Ora, o mundo fashion vive esta dualidade o tempo inteiro: criação versus repetição em escala; genialidade versus superficialidade; descartável versus imortal. A moda é fútil e culta ao mesmo tempo, assim como todos nós.

Ok, chega de divagações, vamos aos termos práticos da coisa. Ora, as flores de plástico tomam conta dos cabelos das mulheres no verão. Elas aparecem nas tiaras, fivelas, chapéus, elásticos de cabelo e em quase todos os enfeites que se pode colocar na cabeça.

Se o enfeite for pequeno, você pode usar com roupas bem coloridas e chamativas apenas para arrematar a produção. Por outro lado, se quiser mandar bala e sair com um buquê nos cabelos, combine com roupas sóbrias. Uma flor vermelha bem grande vai super bem com um vestido inteiro branco e sem muitos detalhes, por exemplo. Pense nesse equilíbrio.

Há flores para todos os estilos também. As mulheres mais ousadas podem se jogar na produção com flores em tamanho exagerado no maior estilo Frida Kahlo. As praianas se inspiram nas havaianas e vão com imitações de flores reais no cabelo penteado de lado. As clássicas abandonam o plástico e escolhem flores de metal. Tem para todo mundo.

Quer ver como usar?


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A icônica personagem Gabriela de Jorge Amado foi imortalizada por Sônia Braga e revivida pela Juliana Paes no ano passado. Para usar esse visual com cara de sertão, cuide com a dose de sensualidade. Apenas tome a foto como inspiração e, contrário do figurino, na vida real, prefira combinar com vestidos mais soltos e não tão decotados.


Está aí o típico estilo Woodstock revivido por Bella Thorne. O festival de 1969 marcou uma geração e continua em alta no verão 2014. Vista seu shorts jeans folgado e meio acabadinho, jogue uma camiseta por cima, arremate com a coroa de flores e aumente o som!


21st Annual Elton John AIDS Foundation's Oscar Viewing Party - Arrivals

Nem só de sensualidade vivem os enfeites florais. Eles ganham releituras e aparecem em versões comportadas e românticas. Perfeito para festas e ocasiões mais formais, mas também pode ser usado no dia a dia.


E aí, será que os caras curtem essa nossa mania de nos enfeitar? Aparecer assim na frente do namorado pode gerar elogios ou risadas? Não interessa muito o que eles pensam sobre nosso estilo, mas por curiosidade, vamos conferir?

Eu acho maneiro. Se não for em uma situação formal, acho maneiro. Dá um ar “hippe romântico anos setenta paz e amor, bicho”. Mas sem exagero, tem flor que se usa que é do tamanho de um chapéu. No mais, usem, meninas, a gente acha bonito. E fofo.

Pode ser bem irracional, mas o ar campestre me traz uma sensação de pureza, docilidade e leveza. De alguma forma quando isso se funde numa fisionomia feminina ela fica magnetizada com essas qualidades. Parece que um clima de cuidado e proteção se manifesta e a ternura em tê-la em meus braços aumenta. Definitivamente flores e tiaras me excitam com candura.

Confesso que gosto dessas riponguices. Gosto da naturalidade que as flores em meio aos fios dos cabelos me passam. Meiguice e doçura. Mas por outro lado me lembra aquelas imagens, útópicas, de meninas andando no trilho do trem, com as pernas semi-tortas, de shorts jeans desfiados e soltando bolhas de sabão. E não sei o porquê mas imagino que mulheres que usam flores na cabeça não usam sutiã. Não me perguntem o motivo.

Olha, apenas duas coisas conseguiram me passar pela cabeça nesse papo sobre flores no cabelo: A primeira é que só vai combinar se você estiver indo para um baile do Havaí, uma festa cujo tema/fantasia seja o Havaí ou simplesmente se você está no Havaí. A segunda coisa é a Tete Parachoque e Paralama vendendo hot-dog na 25 de março.

Em uma época na qual os símbolos do romantismo e da delicadeza, aparentemente, estão perdendo espaço para coxas atômicas e para as chaves de braço, fico bem feliz quando vejo flores na cabeça de alguma mulher. As flores no cabelo, diferente daquelas que alguns cantores de música brega carregam no peito, amplificam duas características que considero importantíssimas em uma mulher: a feminilidade e a simplicidade. Outra coisa: as flores no cabelo, automaticamente, fazem-me lembrar do movimento hippie dos anos 60 e, inevitavelmente, o movimento hippie dos anos 60 faz com que eu pense na beleza dos seios de fora e na sensação maravilhosa que sinto quando ouço um bom rock and roll. Resumindo: eu apoio as mulheres que vestem a primavera.

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