Que mulher não gosta de sorrir e gemer?
Ela gemia tão gostoso. E só de ler isso talvez ela já ficasse envergonhada mostrando aquele sorriso contido. Ela também gostava de segurar a caneca com as duas mãos, como quem protegia algo. E quem a via assim, não imaginava como ela gemia gostoso. Mas eu sabia. E isso já era o suficiente.
Era antagônico perceber como a busca incessante pelo seu gemido era consequência do meu prazer. Eu procurava ali, entre partes internas das coxas, orelhas e tonturas, aquele gemido que a deixava em constante euforia. Até porque que mulher não gosta de sorrir e gemer? É, eu também desconheço.
Hoje, sendo cais das nossas próprias quedas, a beijo como se não houvesse amanhã, e no corpo dela sussurro com as minhas mãos como a amo e a quero bem. Com a boca desenho nossos amores naquele pescoço de perfume menina-mulher. E com o olhar a compreendo. Compreendo, e vejo ali, não uma mulher que me empresta o coração e a alma, mas sim, que me empresta o verbo, o ombro, o tempo, o calor e a coberta, tudo isso num infinito totalmente nosso.
Ah, que delícia ter essa mulher todinha pra mim. Mulher com mistério de rio e turbulência de mar.
Sem dúvidas do meu querer digo a todos – às vezes até mais alto do que deveria – que o nosso amor se fez assim, refletindo em mim, a minha maior vontade de fazê-la sorrir; seja gemendo ou deixando aninhar-se em meu peito.
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