Só vive coisas especiais quem quer
Hoje foi um dia de pensar, na vida, nos sonhos, no vazio que a gente guarda em algum lugar do peito. Um dia de imaginar as ligações que a gente almeja daqui para frente, inverter algumas prioridades, mudar algumas pessoas de lugar dentro do nosso coração. Essas coisas. Nada de extraordinário. Somente mais um dia comum em que a gente aprende a lidar conosco, com o que há aqui dentro, com o que se mostra aí fora. E, volta e meia de encontro com a dor, a vida se faz um quebra-cabeça de emoções, onde, quem encaixar os sentimentos e as pessoas certas, torna tudo muito mais gostoso de ser vivido.
Eu, Fred, já vivi amores lindos. Todos com as suas exclamações e suas simplicidades. Lembro de todas as minhas namoradas com detalhes, todas lindas e dignas dos sorrisos que trocamos. Engraçado, ou até meio estranho dizer, mas eu as desejo tão bem… Sei que parece um papo cheio de pieguice e bom mocismo, mas sabe, eu não as olho como ex-namoradas, mas como pingos de amor nesse meu café amargo que é a vida. Elas fizeram parte do que sou hoje, acrescentaram um cheirinho, uma maturidade, um coração mais aberto aqui, um aprendizado de vida acolá.
Alguns dizem que tive sorte de viver coisas sempre tão especiais. Mas, diferente do que eles acham, eu não vivi esses momentos pois tive sorte, mas porque soube lidar com o sentimento do momento. Entender o que a gente está sentindo, mesmo que seja inexplicável, é o que torna tudo tão valorizado e lindo de ser vivido. Não acredito também que os sentimentos tenham que ser loucos todas as vezes. O amor é muito mais compreensão do que intensidade. A gente ama com calma. Vai indo, cede um pouco ali, beija um pouco mais naquele dia, abraça em público, cria vínculo, se deixa ler. Aprender a amar é um treino diário de saber como abrir o nosso coração.
Quantas vezes tive mulheres que não me entreguei totalmente, que me fiz coração fechado, que não disse o que eu deveria. E não fico triste, puramente, por ter a perdido, mas por não ter vivido aquele momento único com ela. Medo, imaturidade emocional, receio de o buraco ser fundo demais. Vai saber. Acontece que a dor sempre será inevitável. Para todos. E a gente que escolhe se quer viver momentos especiais ou se prefere perdê-los pela proteção de não sofrer. Tudo questão de escolha. Acontece que poucos sabem que não há como vivermos grandes aventuras e amores sem risco. Não há como fazer o bolo perfeito tirando-o antes do forno pelo receio de queimar. Não há como ser feliz sem coragem, não há como conquistar o mundo, os sonhos, as aventuras que se deseja realizar, sem coragem. E para amar precisamos de tanta coragem.
Nesse mundo onde muitos não querem se apegar por medo ou por terem o orgulho maior que o coração, eu continuo com a minha sensibilidade. Que não me torna bobo, mas sensível a escutar o coração e as intenções das pessoas que me rodeiam. Mesmo vivendo tantas coisas especiais, o meu coração já despedaçou várias vezes. E confesso, baixinho só para você, que eu deixaria ele despedaçar quantas vezes for necessário. E se desse medo? Eu iria com medo mesmo.
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