Sou a lembrança do que poderia ter sido
Sou o excesso que não cabe em coração nenhum. Sou a felicidade extrema e a tristeza profunda. Sou confusão, turbulência e por fim, solidão. Sou a que dizem entender, mas nem eu me entendo. Sou puro sentimento. Sou a chegada calorosa e a partida doída. Não sei ser despedida.
Sou densa, tensa, intensa e cada vez mais sozinha. Ninguém fica. Ou não deixo ou não querem. Sou histórias inacabadas e amadas por cada pedaço meu. Sou a saudade de quem se foi e a lágrima que escorreu.
Sou drama, carência e inquietação. Sou eu, sou você, sou feita de retalhos de quem conheci. Sou amor da cabeça aos pés. Sou fé. Não sou metade. Transbordo. Sou as promessas não cumpridas e as ilusões que me deram. Sou o encontro perdido por excesso de amor. Sou estrada, espinho e pluma. Sou um par de asas que enraizou.
Sou a eterna lembrança do que poderia ter sido e a curiosidade do caminho não seguido. Sou olhares e mãos dadas. Sou abraço sem tempo de soltar. Sou quem procuram quando estão sozinhos e que deixam quando me sentem transbordar.
Sou o fundo do oceano e o céu azul de setembro. Sou o frio por fora e calor por dentro. Sou tanto, sou sempre, “soul” e não sei não ser. Eu sou o olhar que ri e o sorriso que chora. O abraço que conforta e o aperto de mão que se desfaz em “adeus”. Sou o sono perdido, o coração cansado, o espaço entre o que fui e o que serei. Eu sou.
Oi