Tudo o que sinto é grande demais para morar em mim
A maioria das pessoas me tacham de louco diariamente. Elas não entendem a importância que certas coisas têm para mim. Elas estão tão ocupadas com os próprios umbigos, que, de um jeito ridículo, menosprezam o que eu, alguém que sente demais, considero importante. Vital. Urgente.
Acho que de tanto ouvirmos algumas coisas repetidas vezes em nossas mentes, com o passar do tempo, quase que acreditamos nelas. Ou acreditamos, de fato. O fato é que eu também já comecei, volta e meia, a me achar meio louco, lunático, esperançoso demais. Me sinto um tanto quanto Alice no País das Maravilhas, mas vivendo no mundo real das expectativas frustradas.
Eu só queria alguém para amar, cuidar, proteger e que fizesse tudo isso por mim. Tolice, não é? Tô quase achando que sim. Mas é que algo em mim grita isso com uma fome tão grande… É como se tudo que eu sou, como se tudo que eu sinto, fosse grande demais para morar só em mim. Para viver só em meu peito e precisasse pular para o colo de alguém. Alguém que só de respirar o ar que eu, melhorasse a minha própria respiração. Descompassasse o meu coração.
A verdade é que, para ser sincero, já tentei deixar de ser romântico. Já tentei matar isso dentro de mim. Já pensei em ser como todas as outras pessoas que se arrumam inteiras para uma festa, para mendigar dois ou três beijos, um número de telefone, mensagens não respondidas, raivas engolidas e no final de semana, tudo de novo. Nada contra quem faz isso, mas eu realmente não consegui ser assim.
Eu sou aquele tipo de gente que comemora os finais de semana, feriados e pontos facultativos para ficar em casa, colocando os livros, as séries, os filmes em dia. Alguém que adora torta de chocolate, pizza, café da manhã de padaria, de hotel e que vê muito mais valor em casais que conversam bastante a outros que têm só a parte carnal como objetivo.
Só por ser assim, exatamente como sou, sou apontado como louco. Mas pensa bem comigo – será que eu, alguém que gosta de pessoas, enlouqueceu, ou a loucura está em quem justamente prefere um encontro casual com alguém que vai me emprestar seu beijo, seu calor, seu desejo por uma única noite e depois nunca mais?
De toda sorte, já vesti a minha camisa de força. Ela é folgadinha, tem alguns desenhos, estampas divertidas, é quentinho para os dias frios, é fresquinho para as noites quentes, me cabe como nenhum outro lugar do mundo – meu pijama. Até que o amor apareça e me empreste seus abraços para morar, é exatamente com este escudo de solteiro que eu vou lutar. Amigos, perdão, sou louco. Mas o que eu posso fazer? Eu adoro ser assim.
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