Tudo o que você quiser de mim

Eu me abri para poucas. Nem uma mão enche. É que não é tão fácil assim contar todos os rolos, erros e medos. As vitórias saem da boca de uma maneira natural. Quem é que não gosta de contar as coisas que deram certo, aventuras e afins com finais felizes? Problema, menina, é se mostrar. É assumir que, dentro do homem, vive uma criança que, às vezes, não sabe o tamanho que a vida tem e pra onde tem que seguir.

Conto pra você aos poucos. Acho que ninguém suportaria tanta coisa de uma hora pra outra e eu não quero jogar nos seus ombros tudo que se passa comigo. Aliás, não espero que dividamos nenhum tipo de fardo. Se quiser, me acolha em seu braços e ofereça seu carinho nas noites que eu hesitar e chegar cambaleando até você. E, além disso, deixa à disposição seus ouvidos.

Mas os problemas ainda são meus.

Já ouvi histórias de quem passou uma vida toda com alguém e mal sabia quem era. Não sabia quem dividia a cama e, olhando para dentro, mal se reconhecia. Entre o que vejo olhando pra ti e o que enxergo me mirando no espelho, imagino que não haveria melhor hora de tudo isso acontecer. Estar contigo desperta o melhor de mim. Te dou toda a minha sinceridade aberta em vida junto com isso.

Espero não te assustar. Lógico que nasce o receio, menina, de te dizer como era e você não acreditar que sou diferente hoje. Vai se perguntar motivos, porquês e o que me leva a achar que agora é tudo novo. Juro que se eu soubesse eu te explicava. Juro que acharia as respostas e as te daria num sussurro, para ninguém mais ouvir. Nem as paredes. Só você. Só você precisa saber de mim.

Olha pra mim. A resposta tá na cara. Eu sou apaixonado por você.

Não sei até que ponto alguém consideraria um privilégio conhecer o lado escuro da alma de outra pessoa. Se no começo só pensamos em ver o que é bom, como que expondo logo o meu pior você pode gostar mais de mim? Também não sei. Sei que te dou, em beijos homeopáticos e encontros especiais, tudo o que você quiser de mim.