Um beijo, daqueles
Agora pouco sentado na minha varanda estava lembrando como havia sido a minha primeira experiência sexual, que ocorrera aos onze anos. Já com a mulher presente, só aos dezessete. Lembrei como desde lá já beijei várias bocas, nem todas de hálito doce e pouco enjoativo, mas beijei. O que na época já era como hastear uma calcinha na janela do meu quarto. Mas, o tempo foi passando e com a maturidade aprendi a diferenciar bocas sedentes por beijos e bocas sedentas por qualquer coisa na boca delas.
Confesso, já tive muitos beijos ruins, daqueles que te deixam até pensar durante o beijo, ou ficar questionando-se o porquê da pessoa te beijar com se a língua dela fosse uma centrífuga. Por outro lado já conheci pessoas, que por sorte, beijam como se fossem empacotar o mundo para você. E claro, eu sempre gostei de rasgar, na cama, os presentes que eu recebia.
Gosto de beijos trocadores de rédeas, daqueles cheios de segundas intenções, mas que insistem tanto em serem as primeiras. Beijo de pegada, de barba cerrada e nuca despovoada. De mão firme e lábio pedinte. Beijo molhado que não nega saliva, mas também não a ostenta. Que morde e implora mordida. Que procura nuca e, quando acha, acaba com ela. Que mescla carinho, safadeza e não esquece do macio, nem do animal. Beijo esse que alonga os dedos em busca de mais, e assim, desarma e transforma qualquer calça jeans em saia de verão, se é que me entendem…
É, eu enlouqueço com beijos que me apresentam cor. E assim, brincam de desenhar um a boca do outro. Beijos aquarelados com gosto de “não para” e mordidas que questionam: vamos para outro lugar? Espero, sempre que possível, presenciar beijos assim, que por impulso, fecham os olhos e abrem a imaginação. E claro, o zíper.
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