Você não desaprendeu a amar, menina
Há quanto tempo você não vê esse brilho nos olhos? Há quantos verões você não sente esse calor subindo pelas paredes do coração e derretendo o inverno que certas decepções trouxeram? Posso te garantir: isso aí que começa a causar um comichão no peito é apenas o que estava adormecido. Você nunca desaprendeu a amar. Você não estava morta. E te juro, menina, que dessa vez é pra valer.
Porque é a recíproca do que eu quero também.
Não posso te garantir que os espinhos serão todos podados. Não conseguirei antecipar todas as curvas da estrada nem te dizer com exatidão quais são os passos que serão dados. O que me faz relaxar o corpo no edredom e me deixar afogar na tua presença é a certeza de que quero te fazer bem. Tão bem quanto os teus suspiros me fazem ao tapearmos o sono com aquele amor delicioso – que vale qualquer bocejo no dia seguinte.
Às vezes, tenho a sensação de que essa saudade que aparece logo após a porta bater e saber que vou demorar alguns dias pra te ver é só o reflexo do sentimento esticando os braços e desejando preencher os dedos com a tua carne. E o ar com o som da tua risada. E até mesmo o silêncio com o teu olhar sereno, me gritando que não existe mais nenhum lugar no mundo em que me sinta tão à vontade.
Um lar à braçadas.
Na esperança de podermos um dia olhar pra hoje e vermos onde a semente foi plantada, então, te confesso meus medos, te mostro meus segredos e ajoelho ao lado da cama pra que você não desista de mim. Ou de nós. Porque depois de tanto tempo, eu sei, chega a parecer estranho ter o poder de levar algo tão grande assim, mas valerá. E lembraremos de tudo com a certeza de que só havia uma saída pra nós:
Amar.
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