5 músicas da época da sua mãe para dar a volta por cima

Sua mãe também é um ser humano, por mais que ela pareça uma deusa. Eu sei, esse tipo de constatação é um verdadeiro choque. Mas não: a sua mãe não tem a resposta para todas as questões do universo. Ela não é onipresente. Nem onisciente. Ela sente coisas ruins, como ódio e rancor. Ela não pode andar sobre as águas. Ela chora. E pasmem: muito provavelmente, ela também já sofreu por amor. Talvez antes de conhecer o seu pai. Talvez depois de ter terminado com ele. Talvez durante o relacionamento com ele. E assim como nós, ela também merece um climão todo especial pra curtir a fossa – com direito a banhos demorados, garrafas de vinho, finais de semana inteiros na frente da TV, a esquecer de dar comida para o peixe – e também pra sair dela. Como uma diva. Como uma deusa. Como o ser sublime e lacrador que ela sempre foi.

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Se hoje a nossa mudança de vibe passa por, obrigatoriamente, atualizar a lista do Spotify, deletando Radiohead, Damien Rice, Adelle, The Cure e Nando Reis pra dar lugar a um Wesley Safadão e a todo o Axé Bahia 2000, na época das nossas mães, o ritual era quebrar o vinil do Plácido Domingos e arrasar nas ombreiras, no permanente, na sombra cintilante e na nova playlist.

1 – Girls just wanna have fun – Cyndi Lauper

Cyndi Lauper, gente. Outro nível de superação em plenos 1983. Mamãe pergunta quando a gente vai tomar juízo. Papai quer saber o que a gente vai fazer com a nossa vida. Garotos possessivos se acham nossos donos e querem nos esconder do resto do mundo. Mas a gente não deixa. Porque a gente quer pôr a cara no sol, mona. A gente quer se divertir.

Some boys take a beautiful girl
And hide her away from the rest of the world
I wanna be the one to walk in the sun
Oh, girls they wanna have fun

2 – I Will Survive – Gloria Gaynor

Clássica. Nos casamentos, nas festas de formatura, nos momentos de superação, nas nossas vidas. Porque é sempre isso que acontece. De lágrimas é que a gente não morre. Por mais que um término de relacionamento pareça o fim do mundo, a gente é forte. E a gente sobrevive. Impressionante como uma música de 1978 consegue ser sempre atual. E sempre hit em todas as pistas.

And so you’re back, from outer space,
I just walked in to find you here
With that sad look upon your face,
I should’ve changed that stupid lock,
I should’ve made you leave your key,
If I had known for just one second
You’d be back to bother me,

Go on, now go, walk out the door,
Just turn around now, cause you’re not welcome anymore.

3 – You’re so vain – Carly Simon

Pisoteando o inimigo com salto 15 – e agulha –, Carly Simon lançou essa maravilha em 1988, quando a maioria de nós ainda era um óvulo maravilhoso dentro do útero – talvez sofredor – das nossas mães. Essa música é tão lacradora, mas tão lacradora, que ganhou o Grammy de Canção do Ano. É tipo um: escuta aqui, meu benzinho, você ainda acha mesmo que eu perco o meu tempo pensando em você? Seja feliz. Mas bem longe daqui.

You had me several years ago
When I was still quite naive
Well, you said that we made such a pretty pair
And that you would never leave
But you gave away the things you loved
And one of them was me
I had some dreams they were clouds in my coffee
Clouds in my coffee, and

You’re so vain
You probably think this song is about you
You’re so vain
I’ll bet you think this song is about you
Don’t you? Don’t you?

4. Vou deitar e rolar (Quaquaraquaquá) – Elis Regina

O título dessa música é autoexplicativo. Sem você, estou linda, livre, leve e solta. E me segura, universo, porque eu vou deitar e rolar. E rir. Elis Regina gravou essa composição esplendorosa do Baden Powell em 1970. E o melhor de tudo: dando verdadeiras gargalhadas durante o refrão. Eu, você e nossas mães só temos a agradecer pelo presente.

Não venha querer se consolar
Que agora não dá mais pé
Nem nunca mais vai dar
Também, quem mandou se levantar?
Quem levantou pra sair
Perde o lugar

E agora, cadê teu novo amor?
Cadê, que ele nunca funcionou?
Cadê, que ele nada resolveu?

Quaquaraquaquá, quem riu?
Quaquaraquaquá, fui eu

5 – Bônus track: Believe – Cher

Essa daqui entrou como bônus track porque, apesar da Cher ter idade para ser nossa avó – e continuar maravilhosa, diga-se de passagem –, a música é de 1998, época em que nós mesmas já usávamos dos nossos artifícios para superar as nossas paixonites infantis. E o mais sensacional dessa música é que a gente acompanha a superação da Cher ao longo da canção. Vitoriosa: essa é a palavra.

What am I supposed to do
Sit around and wait for you
Well I can’t do that
And there’s no turning back
I need time to move on
I need a love to feel strong
‘Cause I’ve got time to think it through
And maybe I’m too good for you
(QUE CHUTE NO EGO, HEIN, MIGO?)

Do you believe in life after love?
I can feel something inside me say
I really don’t think you’re strong enough

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