5 músicas para morenas de qualquer cor
Quando digo meu nome a um desconhecido, a primeira reação geralmente é cantarolar “Marina, morena, Marina, você se pintou…”. Depois de muito tempo, percebi que o que me faz feliz na canção de Dorival Caymmi não é que ele chame a todas as Marinas, mas que ele chame a todas as mulheres por morenas.
Não é a quantidade de melanina que faz alguém se sentir a morena das canções. Nem a cor dos olhos, nem o tom do cabelo. Morena é estado de espírito, jeito de ver a vida. Ser a morena das canções é ter ritmo de samba no andar. É ser leve como a brisa da praia, intensa como a bateria das escolas de samba no carnaval. Um pouco Gabriela Cravo e Canela de Jorge Amado, um pouco Engraçadinha de Nelson Rodrigues.
É abrir mão da maquiagem (ou vai dizer que você imagina que essa morena para quem o Camelo canta “tá tudo bem”, ou o Baleiro convida para morar em Babylon esteja com cinco quilos de base?), assumir o frizz do cabelo e deixar o sorriso ser a moldura do rosto e da vida.
Morena é a característica mais bonita de uma mulher. Não é um elogio à beleza física, nem uma palavra banalizada pelas cantadas baratas. Morena soa poético, tem poucas rimas e muitos refrões. Morena é um sussurro ao pé do ouvido mesmo que cantado aos quatro ventos.
“Morena, tá tudo bem” (Los Hermanos)
“Ai, morena, viver é bom” (Zeca Baleiro)
“Rosa morena o samba tá esperando, esperando pra lhe ver” (Interpretação Gilberto Gil)
“Morena dos olhos d’água, tira os seus olhos do mar” (Chico Buarque interpretado com Léo Jaime)
“Morena tropicana, eu quero teu amor” (Alceu Valença)
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