A menina cheia de dúvidas

Nunca fui uma pessoa de boa sabedoria em o que fazer da vida. Sei lá. Sempre me deixei ser assim: cheia de dúvidas. Com qual cara sair? Com qual vestido vestir? Calcinha ou sem? Batom ou brilho? Como uma pizza e corro pela manhã ou como salada e durmo até tarde?

Dúvidas normais, vai.

Tenho uma queda em ser estúpida, também. Não sei pedir atenção. Já começo falando e aumento o tom até roubar alguns ouvidos. Odeio que me apressem, que me façam mais perguntas do que um juiz em um tribunal e que reclame de coisas simples, do tipo por-que-você-sempre-deixa-a-calcinha-pendurada-no-box?

Porque eu gosto.

Gosto de muita coisa até mudar de opinião. Quase nunca assumo que mudo de opinião, mas sei assumir meus erros, também. Acontece que quando erro, penso estar fazendo o certo e ao pensar assim não é errado pra mim, entende?

Tô sendo confusa demais?

Nunca fui boa em ser lida. Nunca fui fácil de interpretar. Tenho queda à loucura e quando estou amando viro mais porra louca ainda.

Eu não sei amar e se alguém souber, por favor, não venha a me ensinar.

Tapo os ouvidos, abro um sorriso e um sigo errante – até eu mesma me consertar.

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