A traição que parou a internet

Por hoje venho trazer algo que foi “destaque” no Facebook recentemente. Desta vez até o dia vai ficar marcado (30/4), pois coincidiu justamente com a data do meu aniversário. O episódio em questão foi protagonizado por três pessoas:

Maria Helena: uma estudante universitária, residente de Joinville. Provavelmente com seus 20 anos.

Marcelo: um professor universitário, também de Joinville.

Luiz: (ex)namorado de Maria Helena, suponho que também da mesma cidade.

Veja o link com a conversa na íntegra entre a Maria Helena e Marcelo: Link 1Link 2

Bom, para quem não está com vontade de ler, vou resumir a história por aqui mesmo. Basicamente o Marcelo é professor da Maria Helena, que nota-se estar dando investidas indiretas a ele, através das “cutucadas” do Facebook (que podem ser interpretadas como “quero transar com você” por alguns). Após aparentemente estar desviando, desta vez o professor acabou entrando no jogo e assim tendo relações com a guria, o que caracterizou uma traição ao seu namorado, Luiz. Ele que de alguma forma tinha a senha da conta dela, acabou descobrindo o episódio e divulgando publicamente usando o perfil dela mesmo.

A partir disso um circo foi montado em pouquíssimos minutos:

• Mulheres defendendo ela

• Homens defendendo o namorado traído

• Homens “parabenizando” o professor

pontofrio

Como se não bastasse, algo que julgo incrível aconteceu também. Algumas empresas fizeram propagandas de itens supostamente usados no episódio da traição (como a camiseta do São Paulo, tênis, calça legging, taças de vinho, e por aí adiante) através de suas contas no Twitter, além da Vinícola produtora do suposto vinho consumido ter feito propaganda em cima. Confesso que foi a primeira vez que vi algo assim, quero dizer, o poder que de penetração (sem o trocadilho da palavra) que o episódio resultou foi enorme.

Por outro lado, o número de memes com piadinhas, principalmente do professor cresciam em progressão geométrica.

Não sei se devido ao clima de véspera de feriado, mas fato é que embora nem seja algo muito grandioso ou longe do cotidiano da vida a nossa volta, o tema teve essa repercussão imensa. Em um fórum de carros que participo, gerou uma repercussão muitíssimo acima da média, todos querendo colocar uma piadinha nova, uma notícia.

Não quero entrar no mérito de me alongar com opiniões sobre os envolvidos, mas é importante deixar claro:

Para começar pelo professor. Fica claro que ele estava se fazendo de desentendido com as indiretas. Não quero parecer um paladino defensor da moral e bons costumes, mas qualquer homem minimamente íntegro e em sã consciência jamais se relacionaria com uma mulher comprometida. Entretanto, a partir do momento em que as indiretas passam a se tornar diretas, consigo entender que fica difícil para ele resistir ao sexo fácil e oportuno.

Quanto ao namorado, mais uma vez como homem, consigo entender perfeitamente o que ele fez. Foi uma atitude totalmente passional, e se parasse para refletir que as consequências iriam “respingar” sobre ele com a mesma intensidade, provavelmente não teria agido dessa forma.

Uma vez ouvi uma frase que me marcou: “Ninguém sai melhor de uma guerra”. Acho que em síntese é o que ocorreu aqui, ao espalhar a história infelizmente uma guerra foi decretada. E vou mais além, numa guerra ninguém mais tem razão.

Por conta própria fiz uma pequena busca sobre o perfil “público” desse casal, e algo que já era de se esperar: declarações de amor, juras eternas, etc. nas fotos, mural, e por aí adiante. Isso é algo perigoso, hoje me parece que muitas pessoas (incluindo casais) estão tão preocupadas em demonstrar publicamente uma vida supostamente perfeita, companheiro perfeito, amor perfeito, trabalho e assim por diante. Quando algo assim acontece, como a traição, parece que o lado feio da realidade vem à tona e assim trocas de xingamentos foram ditos publicamente: “você tem pinto pequeno”; “você é ruim de cama” e daí ladeira abaixo.

Finalmente, sobre a namorada, como homem poderia chama-la de vários adjetivos, e com razão. Afinal, qual o sentido de manter um relacionamento, ainda mais com tantas juras, se quer ir para a cama com o professor? Muito mais honroso para ela se separar para ter o affair com o professor, embora eu acredite que na cabeça dela, sendo solteira não conseguiria atingir este objetivo.

Concluindo, fica evidente que para eu, você e a enorme maioria que desconhece os três protagonistas, essa história já foi esquecida (confesso que inclusive tive de gastar alguns minutos para recordar o nome do namorado, só para ilustrar) e quem ganhou com tudo isso foram algumas lojas com um marketing pontual em cima de piadas geniais com PH ácido suficiente. No fim, o que impressiona mesmo, além da velocidade de propagação, é que a história poderia acontecer com qualquer um de nós ou próximos a nossa realidade, podendo se tornar alvo do mesmo tipo de piadas, partindo do anonimato ao esquecimento e vice-versa com a mesma velocidade.

Acima de tudo, a lição que podemos extrair deste episódio reside no fato de até que ponto queremos nossa vida amorosa/sentimental exposta em redes sociais, e as consequências que tal superexposição pode trazer.

E vocês, o que acham disso tudo?

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