Ah, se por um descuido Deus me deixasse matar a saudade

Oi. Eu sei que já faz um tempinho que não te escrevo, mas é que às vezes as palavras insistem em fugir de mim quando o assunto é você. Irônico isso, né?

Essa época do ano é a mais foda de todas. Tua alegria contagiava a gente e não te ter mais aqui tá pesado. Puxado.

Tua risada era tão gostosa, tão marcante, que às vezes me pego olhando pro céu e rindo, como fazíamos em nossos momentos de cumplicidade. Sorte dos anjos que estão tendo esse privilégio e festejando contigo.

Aconteceu muita coisa desde que você foi embora, sabia? Minha vontade era de ficar aqui te contando tudo. Das desilusões às realizações. Cada detalhe.

É, tu faz uma falta danada… Vou te confessar uma coisa: Tua conversa continua aqui, até hoje. Não tive coragem de apagar nem SMS, quem dirá a conversa do WhatsApp. Alguns chamam de memória afetiva, eu chamo de manter você aqui o máximo que eu conseguir.

Ainda abro aquela conversa tão nossa, cheia de broncas e cuidados. ‘tu comeu?’, ‘não vai beber e dirigir, idiota’ e mais um monte de coisas que só fazem sentido pra gente.

Hoje eu pensei em te ligar. Infelizmente você não iria poder me atender, mas sei que a gente segue tendo a melhor conexão de todas.

Vai lá que com certeza já deram falta de você. Se cuida daí que eu tô tocando as coisas do lado de cá. Ah, avisa aí em cima que qualquer hora dessas eu passo pra te visitar. Pode ser por sonho outra vez, sei lá.

Eu tô aqui com a sua conversa aberta e, entre uma lágrima e outra, torcendo pra que Deus se descuide só um pouquinho e você possa me responder. Deixei uma mensagem pra você. Quando der, você lê, tá? Não é nada de mais. Aliás, é sim:

Amo você e tô com saudades. De mais.

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