“Amor e outras drogas” um filme que mostra como o amor vicia
”Eu me preocupava muito sobre quem eu seria quando eu crescesse. Quanto dinheiro eu ia ganhar, ou, se algum dia eu ia ser um figurão. Às vezes o que a gente mais quer, não acontece. E algumas vezes, o que não espera, acontece. (…) A gente conhece milhares de pessoas, e nenhuma delas te toca realmente. E então conhece uma pessoa, e sua vida muda, pra sempre.”
Num contexto em que o mundo clama por serotonina, toda invenção parece bem-vinda quando promete driblar a desordem do amargo mundano. O Viagra marcou golaços nos anos 90. Dessa leva de salvadores da pátria da ereção é onde situamos o contexto de “Amor e outras Drogas”. Um filme que mistura o amor ao marketing, a maravilha dos placebos às críticas sobre ética na indústria farmacêutica, mistura também Maggie e Jamie.
Ela não quer grude, acha que namorico é um desequilíbrio químico festejado por amarras desnecessárias. Nunca quis a vida de princesa resignada, rabiscou seu diário e preferiu ser mulher-gata, descolada, casada com as vantagens do efêmero, adepta ao plug-in do foda-se. Ele largou a medicina, os eletrônicos e o reinado persa, e através de sua capacidade de persuasão, descobriu-se como um vendedor – sedutor, sem muita preocupação ética. É dado às quantidades, gosta de exercer efeitos psicoativos nas mulheres e colocá-las em sua sala de troféus. Gosta dos efeitos fugazes, de relações que durem algumas horas e nada mais assim como seus produtos.
Quando eles descobrem que estão frequentando demais o mesmo quarto é que a história entra em seu warm-up. Na estrofe do paradoxo, o amor venceu a casualidade, o casal já está drogado pelo inevitável. O humor é explorado através de associações com os comprimidos, piadas tendenciosas envolvendo os efeitos e anti-efeitos do feitiço da pílula azul – que chega a se voltar contra o feiticeiro.
Veja o trailer:
A gente não sabe bem como acontece, mas a pele é cheia dessas vontades que não deixam o entendimento reagir, e aquela velha tática de negar a natureza acaba por engolir a resistência. Nesse filme, o sexo está mais a vontade com a câmera, a gente não só assiste, mas deita naquela cama, e torce pra não acabar. O engraçado é que dessa vez eu não sei nomear qual o termo mais adequado aos acontecimentos afetivos do casal, mas a partir de “amor e outras drogas” passei a acreditar em mais de duas hipóteses e talvez elas, ao mesmo tempo, possam significar a mesma coisa. Existe o amor, a paixão e o vício. E você? Já se apaixonou, amou ou simplesmente se viciou em alguém?
Talvez não seja recomendado responder, mas se persistirem os sintomas o médico não deverá ser consultado.
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