Amor é primo da insônia

Não sei muito bem mais sobre o que dizer sobre o amor. Amores que tive mesmo não tendo o objeto – se assim posso dizer – que me fazia sentir o tal amor. Correspondi, poucas vezes, em amores profundos, profanos e passageiros.

E como pode ser passageiro e ainda assim ser amor? – sempre me perguntei.

Noutras, não tive resposta sequer de amores que achava o maior do mundo inteiro – mesmo sem saber como são os amores do mundo inteiro – e as tais pequenas que não devem saber como são esses amores do mundo inteiro continuaram, também, sem saber como era o meu amor que sentia por elas.

Mato o amor em todas noites que não durmo, mas sonho com olhos vermelhos e arregalados. Amor é primo da insônia; Co-irmão do desespero alegre. Parente próximo da loucura. Pai da felicidade. Filho da cumplicidade.

Fugi de tais amores por não saber de fato o que queria. Enganei-me muitas vezes ao dizer que não sentia mais amores por outrem e me calava à força só para não me declarar com palavras bonitas. Estupidez, eu sei.

O amor mudo, ainda, grita e eu, que não tenho talento nenhum para o silêncio, faço serenatas, apenas, com o bilhar dos olhos.

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