Aumento de sabedoria – Como fazer boas escolhas amorosas?
Comentei no texto passado que falta sabedoria nos relacionamentos amorosos e recebi outros emails me pedindo maneiras práticas de desenvolver sabedoria. Não é uma resposta fácil, visto que existem muitas tradições de sabedoria nesse mundo que se pretende ajudar neste percurso, desde figuras luminares como Jesus, Buda, Maomé, Confúcio, Moisés até humanistas contemporâneos nas diversas áreas de desenvolvimento pessoal. Vou me arriscar por aqui.Penso que três perguntas iniciais precisam ser respondidas com algum grau de dedicação, ainda que respeitado o seu caráter provisório tendo em vista que a nossa percepção muda constantemente. De onde eu vim? Onde estou? Para onde vou? Quero me deter nelas uma a uma.De onde eu vim? Não é para saber a origem do universo ou questionar a imortalidade alma, ainda que sejam perguntas interessantes. O ponto aqui é saber como tem sido o seu procedimento básico de escolhas passadas. Fazendo uma retrospectiva de sua vida a idéia é saber descobrir qual seria o seu manual de instruções cotidiano. Das decisões que tomou no que foram baseadas? Quais os parâmetros que usou para avaliar as vantagens ou os riscos de uma decisão? Que elementos costuma considerar antes de dizer sim ou não para alguma coisa?
Olhar para o passado é um jeito de identificar os seus bons e maus hábitos mentais.
Onde estou? Essa é outra pergunta reveladora e nada óbvia, pois para constatar a pessoa é preciso uma boa dose de coragem e honestidade. Somos muito covardes para olhar com humildade para os nossos fracassos e muito iludidos com as escolhas que fizemos. Na maior parte das vezes estamos agindo automaticamente e sem nenhuma noção do que fazemos. A impulsividade predomina na maior parte do que fazemos e apenas reagimos ao que surge do lado de fora. Existe tanta fuligem sobre aquilo que chamamos de “eu” que posso garantir que qualquer autodefinição que tente fazer será um rascunho mal feito das opiniões dos outros misturada com aquilo que aprendeu no seu meio familiar e cultural. Provavelmente você vem tentando mais se autoafirmar do que questionar com seriedade o motivo pelo qual faz o que faz. Esse espaço (geográfico e psicológico) que vivo potencializa ou diminui minhas opções pessoais de crescimento? As pessoas das quais me cerco favorecem ou limitam meu amadurecimento? Como posso ampliar meu grau de escolhas partindo dos recursos que tenho agora? O que de bom posso tornar excelente e o que de médio posso tornar bom? Onde vou aumentar meu repertório intelectual e emocional?
Para onde vou? Ainda que não seja claro imaginar o dia de amanhã (principalmente para quem ainda está cego sobre o ontem e o hoje) também não podemos negligenciar uma dose de futurologia. O porvir não é um testes às cegas, mas um resultado de uma série de decisões que encadeadas com elementos externos será o seu futuro hoje. Ainda que não saiba o que cruzará o seu caminho precisa estar bem preparada. Quais as imagens de si mesmo que quer ter? Como anseia ver sua vida realizada? Se pudesse conversar com sua versão velhinha o que gostaria de estar ouvindo? Pelo que gostaria de ser lembrado depois da morte? Que valores foram essenciais para que realizasse uma vida significativa?
Perceba que essas perguntas não disseram nada a respeito de relacionamento amoroso, mas com certeza serão influenciadas diretamente pelo aumento de sabedoria proporcionado pela curiosidade saudável. Escreva tudo no papel (evita se perder em devaneios e incompletude de tarefa) e depois ponha a mão na massa, de preferência colocando datas e metas palpáveis.
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