Closer – Existe amor à primeira vista?
Eu gosto de cinema. Mas são poucos os filmes que, ciumenta que sou com a minha casa – que há três anos é nossa –, ocupam espaço na minha estante. Menos ainda são aqueles que ganham um espaço na parede. Closer é exceção para toda regra.
“Hello, stranger” é só o início de uma série de questionamentos emblemáticos no mundo dos relacionamentos. O fato de o filme terminar exatamente como começa diz muita coisa. E, caso você não tenha visto, não fique triste comigo. Isso não tem a menor importância. É o durante o que importa.
Alice (Natalie Portman, simplesmente maravilhosa!) é uma garota com um espírito libertário que se entrega a todos os sentimentos. Ela se apaixona (a primeira vista) por Dan (Jude Law). E se entrega. Ele, se apaixona a primeira vista por Anna (Julia Roberts). Que não se apaixona a primeira vista por Larry (Clive Owen).
O que parece ser só mais uma Quadrilha – aquele poema do Drummond – dos tempos modernos se transforma num emaranhado de sentimentos e emoções que faz questionar quase tudo: se o amor existe mesmo, até que ponto a paixão e o comodismo são inimigos mortais – e qual dos dois você prefere encarar –, o que é fidelidade.
Closer o tipo de filme que dói. Não dá pra passar em branco. Ou se ama, ou se odeia. Quando se ama, não se cansa de ver. Quando se odeia, é porque de alguma forma também doeu.
Não bastasse tudo isso, o filme ainda tem uma trilha sonora fenomenal – meu olho enche de lágrimas com The Blower’s Daughter e, claro, a música brasileira está lá. A maravilhosa Bebel Gilberto interpreta Samba da Benção (Pierre Elie Barouh, Baden Powell de Aquino e Vincius de Moraes), Tanto Tempo (Bebel Gilberto e Suba) e Mais Feliz (Andre Cunha, Bebel Gilberto e Agenor de Miranda Araugo Neto).
Não está satisfeito? Closer ainda foi o responsável por apresentar para o mundo o sem-explicação Damien Rice com a sem-explicação-mesmo Lisa Hannigan. No clipe oficial da música, o filme está em primeiro plano.
Nenhuma sinopse define Closer tão bem como “if you believe in love at the first sight, you never stop looking”. Nem no cinema, nem na vida.
Isso, nem de longe, quer dizer que eu me apaixone em cada esquina. Mas quer dizer que, bem de perto, todo mundo se apaixona a cada esquina. A diferença é o que a gente faz com esse sentimento.
Você acredita em amor a primeira vista? Já se apaixonou hoje? Apaixone-se. E se der sorte, como eu, várias vezes pela mesma pessoa.