De tempos em tempos
De tempos em tempos a gente precisa parar. Parar pra lembrar, parar pra sentir, parar pra pensar. De tempos em tempos a gente precisa parar e realmente pensar nas coisas, sobretudo naquelas que a gente anda fazendo sem pensar.
De tempos em tempos a gente precisa se vigiar. Vigiar os pensamentos, os sentimentos e os comportamentos. De tempos em tempos a gente precisa se policiar.
De tempo em tempos a gente precisa se perdoar. Se perdoar pelo que fez, pelo que não fez e pelo que desistiu de tentar. De tempos em tempos a gente precisa se renovar e recomeçar.
De tempos em tempos a gente precisa fazer novos planos, mesmo que sejam os planos de sempre com meros ajustes de tempo. Tempos novos geram demandas novas e é sempre preciso replanejar.
De tempos e tempos a gente precisar se calar. Pensar no que disse, tentar dizer menos e se envergonhar genuinamente pelas coisas que disse quando deveria calar.
De tempos em tempos a gente precisa berrar. Berrar nossas dores, gritar os desejos, rasgar nossos medos e, depois de boas doses de um necessário destempero, molhar a face e se reaprumar.
De tempos em tempos a gente precisa de tempo. Tempo pra gente, tempo pros nossos, tempo pro que de fato importa. De tempos em tempos a gente precisa se temperar.
De tempos em tempos a gente precisa respirar. Respirar de alívio, suspirar de alegria, expirar um bom cheiro, assoprar as velinhas. De tempos em tempos a gente só precisa se reabastecer com as delícias do ar.
De tempos em tempos a gente precisa se atualizar. Deixar a teimosia, rasgar as mágoas, trocar a fita e renovar as piadas. De tempos em tempos a gente precisa se reinventar.
De tempos em tempos a gente precisa se analisar. Pensar no que tem feito, naquilo que nos alegra, lembrar dos nossos dons e defeitos e, se tratando com carinho, pedir ajuda a Deus, aos céus, ao Universo ou até mesmo ao próprio tempo, para que, de tempos em tempos, Ele nos ajude a melhorar.
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