Este ano será fantástico!

Neste ano, diferente do que fiz nos anos que para sempre se foram, não me preocuparei em pisar primeiro com o pé direito. Não mesmo. E sabe por quê? Porque aprendi que o essencial, de fato, é nunca deixar de crer na atômica capacidade dos meus passos e no quão longe eles são capazes de me levar.

Neste ano, diferente do que fiz nos anos que agora só existem em lembranças, não vou insistir em pessoas que, obviamente, não estão nem aí para mim – e que para mim nunca estão. Vou dedicar todo o meu estoque de beijos, sorrisos, abraços, cafunés, ouvidos, conselhos e convites aos poucos – porém MUITO importantes – que não saíram de perto de mim nem mesmo quando eu perdi a razão, completamente.

Neste ano, diferente do que fiz nos anos que hoje são águas passadas e já bem evaporadas, não vou dar atenção às revistas e aos blogs que cagam regras e que me tratam como se eu, ______________, fosse idêntico a todos os outros seres do universo. Pois eu não sou. E serei bem diferente de tudo que já fui, prometo. Graças aos tantos tombos que já tomei e às cicatrizes que hoje me mantêm ciente de quais estradas eu não devo mais escolher, sinto-me, enfim, verdadeiramente capaz de criar as minhas próprias regras, orações, mantras, mapas…

Neste ano, diferente do que fiz nos anos que hoje estão diluídos em um infinito mar de saudade, não vou mais permitir que o meu medo de ser visto como um ser frágil – coisa que às vezes sou, assumo – me force a conter as lágrimas que sinto vontade de derramar.Vou chorar e, diferente do cantor Leonardo, a ninguém pedirei desculpa por isso. Vou chorar porque não há melhor forma de dar valor aos dias nos quais sentirei vontade de sorrir, apenas.

Neste ano, diferente do que fiz nos anos que hoje são só peças do meu passado, não farei nenhuma dieta rígida a ponto de me fazer esquecer, completamente, o quão bom é poder comer – nem que apenas uma vez por semana – sem precisar contar calorias ou evitar coberturas de chocolate. Comerei salada e fibras, claro que comerei. Mas comerei, também, bordas recheadas, nhá bentas, coxinhas, ovos fritos e tudo aquilo que, apesar de diminuir minha expectativa de vida e aumentar a minha porcentagem de gordura corporal, eleva – e muito! – a minha alegria de viver.

Neste ano, diferente do que fiz nos anos que morreram ao som de estouros de champanhe e de rojões, não farei o que fiz em todos os anos anteriores, cumprirei as minhas promessas, todas elas, nem que para isso eu tenha que diminuir, consideravelmente, o tamanho dos meus sonhos. Nem que para isso eu tenha que seguir no contramão do que já achei necessário seguir. E exigir muito menos de mim.

Feliz ano novo, _______________.

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