Eu que não vou te segurar comigo

Vou te respeitar como sempre fiz.
Não faço tipo que faz jogo para que alguém fique se o desejo é partir. Ao meu lado eu só quero quem também me quer. Amanhã, talvez, me conhecendo como conheço, eu acorde estranhando este meu discurso frio agora; amanhã, talvez, me conhecendo como conheço, eu acorde chorando ao perceber que você realmente se foi. Mas quer saber? Se este for o melhor para mim, que seja assim, pode ir.

Já faz um tempo que as coisas não vão tão bem como já foram um dia.
Seria tolice minha negar que te sinto diferente e que eu estava me desdobrando em mil para encontrar maneiras de te fazer se encantar por mim de novo. E isso me faz lembrar do que mais gosto em mim: esse desejo louco de lutar pelo que quero. Só que chega uma hora que a gente se enxerga e começa a entender que se não lutarmos por nós mesmos, ninguém lutará.

Eu que não vou te segurar comigo.
Você também não precisa perder tempo me contando dos seus motivos, pois como eu disse, já faz um tempo que eu te percebo mais fora do que dentro da minha vida. É que agora é oficial, agora eu me dei conta que quem não quer mais viver assim empurrando as coisas com a barriga sou eu; eu que não quero mais me enganar que estou feliz quando, na verdade, estou uma soma de cacos por dentro.

Já funcionamos juntos e isso foi muito bom para mim.
O que mudou foi que nas voltas que o mundo dá nós fizemos curvas diferentes. Hoje você tem outros desejos e entre eles não sou eu, bem como eu também vou criar outros que não sejam você.

Eu nunca te quis comigo para me exibir.
Não queria sua mão à minha para atualizar meu instagram, mas sim para me segurar dos solavancos que a vida dá. E foi muito legal enquanto aconteceu. Realmente foi especial!

Fique em paz para ir sem o remorso de se preocupar como eu vou ficar.
Já sofri antes de te conhecer e talvez sofra um pouco agora com você, mas nada que me impeça de levantar amanhã pronto para ralar e ter como pagar minhas contas que não vão parar de chegar.

Eu que não vou te segurar comigo.
Não vou te forçar lembrar dos momentos bons, tão menos pedir para que amigos conversem com você. Não vou falar com a sua família e nem vou postar indiretas na internet. Eu vou seguir como já seguia antes de você aparecer.

Se um dia você decidir querer voltar – afinal isso pode acontecer, né? – eu não sei o que vou fazer. O problema de tomar decisões que interferem em outras pessoas é esquecer que o mundo gira para todos e não só para quem decidiu. E em uma dessas voltas – tipo aquelas que a gente se perdeu – eu posso estar tão longe que seus braços não poderão mais alcançar; tão longe que não vou conseguir te ouvir me chamar; tão longe que não vou conseguir te atender quando me telefonar. Ou mesmo estarei muito perto, porém vivendo em um mundo que não há espaço para você ficar.

O fim do que vivemos não significa o fim do que ainda quero viver.
Meus sonhos não foram abreviados. Meus planos não foram ameaçados. Meus sorrisos não foram arruinados. Meus passos não foram encurtados.

Eu que não vou te segurar comigo.
Entendo a sua ida como um sinal de que você não estava pronto para acompanhar a velocidade da minha vida.

Eu sou essa constante mudança excitante em viver os instantes como tudo de mais importante.

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