Eu só quero um xodó. E quem não quer?
Eu escuto música sempre pensando nas histórias que se passam por trás. Quero saber o que aconteceu na vida da mulher que se empoderou e jogou isso na música (como a Elza Soares) ou como foi o fim do namoro daquele cara que tá tão na bad (pensem em exemplos, é fácil).
Mas eu também quero saber das histórias de amor. Principalmente do que vem do nordeste, que normalmente chega embalado em muito chamego e vontade de querer bem. Pelo menos é o sentimento ao ouvir “eu só quero um xodó”, do Dominguinhos e da Anastácia.
E de muito querer saber, um dia escuto Anastácia contando que já tinha ficado gamada no Dominguinhos assim que o viu em um programa de televisão, que ela estava fazendo. Depois de 3 meses, ela é convidada por Luiz Gonzaga para abrir os shows dele no nordeste e advinha quem era o sanfoneiro? Dominguinhos. A mulher aceitou na hora! Durante a turnê, logo depois do café da manhã, ele já começava a tocar sanfona e ela, no quarto ao lado, acordava ouvindo. Um dia ele estava tocando algo e ela fez uma letra. Bateu na porta dele com a declaração de amor em mãos. Depois disso, os dois dormiam e acordavam juntos fazendo música.
“Um dia eu estava preparando um peixinho para o almoço e ele estava tocando sanfona na sala. De repente ele começou a tocar uma melodia e aquela melodia me chegou aos ouvidos muito simpática”, conta Anastácia, que pegou um caderno e escreveu uma letra que se encaixou direitinho. Era “eu só quero um xodó”. A música já foi gravada por um monte de gente e já ganhou versões em várias línguas. Trouxe a sanfona que tinha perdido espaço para a Bossa Nova e um nordeste que ninguém mais queria saber. Tudo isso porque Anastácia não teve medo de encarar a porta ao lado. No fim, o mundo todo pode ouvir o amor do jeito que é no sertão e que é igual em todo canto.
Confira algumas versões pra cantar junto:
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